Carro elétrico: novas regras para carregar baterias em condomínios
O objetivo das normas será aumentar a segurança, padronizar instalações e reduzir riscos de incêndio nas áreas de carregamento
O aumento da circulação de carros elétricos tem levado à criação de regras também para instalação de carregadores de veículos em condomínios no Espírito Santo.
Depois da publicação de uma diretriz nacional em agosto deste ano – que orienta como deve ser feita a instalação segura desses equipamentos –, o Corpo de Bombeiros capixaba está elaborando uma minuta de uma norma para o Estado.
O texto – ainda em elaboração – deve passar por consulta pública ainda este ano. O objetivo é aumentar a segurança, padronizar normas e reduzir riscos de incêndio.
A Diretriz Nacional sobre Ocupações Destinadas a Garagens e Sistemas de Alimentação de Veículos Elétricos já em vigor foi elaborada pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares.
Apesar de não ter força de lei, a diretriz serve como balizadora para que os estados estabeleçam suas próprias normas.
Entre as regras ficou estabelecido que as novas edificações terão de ter três sistemas a mais na garagem: sistema de chuveiro automático, sistema de detecção automática de incêndio e alarme, e sistema de extração mecânica de fumaça.
Isso passa a valer para qualquer garagem, independente de ter ou não carros elétricos. A regra é válida para edificações com mais de 900 metros quadrados ou mais de 9 metros de altura.
O presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios do Estado (Sipces), Gedaias Freire, destacou que há uma expectativa para a publicação das novas regras locais. “A norma vai trazer novos elementos de seguranças para as instalações. Esperamos que elas não sejam tão rigorosas a ponto de inviabilizarem as instalações”.
Ele destacou que para que um morador instale hoje os carregadores é preciso ter um projeto elétrico e um estudo de demanda de carga. “Toda instalação também precisa ser aprovada em assembleia”.
A síndica profissional Rosângela Heringer explicou que a demanda pela instalação dos carregadores tem crescido, assim como a preocupação com as questões de segurança.
“A maioria dos condomínios em que atuo já tem instalações. O ideal é que o próprio condomínio contrate um projeto, em que é estudado se há carga disponível”.
Entenda
Nova diretriz
Uma diretriz Nacional sobre Ocupações Destinadas a Garagens e Sistemas de Alimentação de Veículos Elétricos foi divulgada em agosto.
O documento foi elaborado pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares. O objetivo era aumentar a segurança, padronizar normas e reduzir riscos de incêndio.
Apesar de não ter força de lei, a diretriz serve como balizadora para que estados estabeleçam suas próprias normas.
Modos de recarga
A diretriz estabelece que estão autorizados, em garagens e estacionamentos, os modos 3 e 4 de recarga de carros elétricos.
O modo 3 (WALLBOX) é usado em residências, condomínios e empresas. Exige instalação com proteção elétrica, cabos certificados e sistema de desligamento automático.
Modo 4 (carregadores rápidos DC): de alta potência, geralmente encontrados em shoppings, rodovias e estacionamentos corporativos. Trabalham com corrente contínua e requerem sistemas robustos de proteção contra incêndio.
Principais exigências
Ponto de desligamento de emergência: todas as estações devem ter um botão manual a até 5 metros de distância.
Quadro elétrico dedicado: o sistema precisa de um disjuntor exclusivo para cada carregador.
Distanciamento mínimo: as estações de carregamento devem estar a, no mínimo, 5 metros das rotas de saída.
Em novas construções
Em edificações novas, com área total construída maior que 900m ou altura maior que 9 metros, será exigido projeto técnico, incluindo:
Sistemas automáticos de detecção e combate a incêndio;
Chuveiros automáticos com resposta rápida;
Exaustão mecânica para remover gases em caso de incêndio.
Edifícios já construídos
Condomínios antigos precisarão se adequar às regras, com foco na instalação de sistemas de detecção de incêndio, proteção por chuveiros automáticos conectada à rede de hidrantes de parede, além de gerenciamento de risco com laudo técnico do responsável pela instalação.
Norma estadual
A diretriz já está valendo, mas não é impositiva.
A norma estadual, baseada na diretriz, está em elaboração e o texto da minuta da norma deve passar por consulta pública.
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