Aos açodados
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O Flamengo teve o quinto jogador expulso nos últimos oito jogos do time no recorte de 30 dias - de 5 de outubro a 5 de novembro. É um número relevante: a média é de um cartão vermelho a cada seis dias. Com três deles saindo em três confrontos disputados nos oito últimos dias: Gonzalo Plata (duas vezes) e Ewertton Araújo. Wallace Yan e Danilo foram os dois outros “contemplados”.
Ficou difícil, portanto, não associar o 2 a 2 com o São Paulo na Vila Belmiro à expulsão do equatoriano aos 22 da fase final, três minutos após o Flamengo ter virado o placar. O time de Hernán Crespo marcou forte, a exemplo do que houvera feito na vitória sobre o Vasco, na rodada anterior, e, com um a menos, o Flamengo, muito desgastado, não teve como conter o ímpeto paulista.
Concordo com Filipe Luís de que a falta que ocasionou a expulsão fora acidental.
Mas tenho dúvidas se este número de expulsões por entradas temerosas, com o uso de força desmedida, não vem em consequência da intensidade exigida pelo tecnico na busca pela retomada da bola. O excesso de vontade na interceptação do adversário, pode estar gerando custando caro aos jogadores.
E Filipe parece saber disso. Tanto que tratou de absolver Plata - um dos atacantes que mais se doa ao time. Quando assumiu o cargo há um ano, lembro bem, o jovem treinador rubro-negro disse que não abriria mão da intensidade, mesmo sabendo dos riscos que implicaria: lesões, suspensões, barrações. Não é fácil chegar à reta final sem desconforto, competindo nesse giro.
Isso significa que a missão de Filipe agora é neutralizar a “caça às bruxas” imposta pelos mais açodados…
Ajuste de expectativas
A vitória do Botafogo no clássico com o Vasco, no Nilton Santos, jogou um balde de água fria nos vascaínos que, por momentos, se iludiram com a base fase do time. E recuperou as esperanças dos alvinegros, ainda vivos na luta por vaga no G-4.
Com a vitória do Fluminense, na quinta-feira (6), sobre o Mirassol, no Maracanã, os três e mais o Bahia disputam o rali pelo quarto lugar da tabela.
A vitória alvinegra, sem muito esforço, acalmou os açodados críticos ao trabalho de Davide Ancelotti. O treinador é vítima do “etarismo às avessas” que o condena por ter apenas 36 anos. Injustiça com quem, na verdade, paga as custas do planejamento mal feito por John Textor, Thairo Arruda e seus pares.
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