Combate a ataques tecnológicos une concorrentes
Ação é vista por especialistas como uma resposta direta à crescente pressão policial internacional

O avanço tecnológico dos ataques virtuais tem feito concorrentes da área de tecnologia se unirem para combater criminosos e se precaver de prejuízos.
O CEO da Intelliway, Carlos Eduardo Brandão, explica que a estratégia da indústria de segurança evoluiu de reativa para proativa, focando em monitoramento constante e na busca por vulnerabilidades antes que um ataque ocorra.
“Para fortalecer essa defesa, a colaboração entre as empresas tornou-se fundamental. O setor tem intensificado a troca de informações sobre novas ameaças e táticas de golpistas, permitindo que a descoberta de um novo malware ou campanha de phishing seja rapidamente disseminada para proteger todo o ecossistema digital”, explica.
Hugo Santos, diretor de Inteligência de Ameaças da ISH Tecnologia, relata que as informações obtidas pelos setores de inteligência são compartilhadas até mesmo com concorrentes diretos. “Porque a segurança de um impacta a segurança de todos”.
No setor bancário, essa união também pode ser observada. Durante evento promovido pela Fitch Ratings promovido na última terça-feira, executivos do setor pregaram união entre fintechs e bancos para combater ataques virtuais.
“As instituições precisam se autorregular e aprender entre si. As fintechs e os bancos não são inimigos. Um traz agilidade e inovação, o outro tem experiência e estrutura. Quando esses dois mundos se unem, o sistema inteiro ganha”, afirma Auziane Moraes, responsável pela área de Produtos do Stark Bank, que atua no setor de pagamentos e infraestrutura financeira.
A visão de Auziane é compartilhada pelo cofundador da Vórtx, empresa especializada em infraestrutura de mercado de capitais. “Se cada um trabalhar isoladamente, o sistema fica vulnerável. Precisamos de integração, diálogo e autorregulação. É o único caminho para não repetir os erros do passado”.
Curiosamente, a união também está ocorrendo do outro lado. Três dos maiores nomes do cibercrime mundial – LockBit, Qilin e DragonForce – anunciaram neste mês uma aliança estratégica.
A ação é vista por especialistas como uma resposta direta à crescente pressão policial internacional e à necessidade de adaptação frente à repressão de grandes operações, como a Operação Cronos, que quase desmantelou o LockBit em 2024.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários