Dia do Professor: Paixão pela escola une pais e filha
Ao observarem a paixão por ensinar, mulher e filha tiveram vontade essa vontade de se tornarem professoras

Professor de Educação Física, Júlio Mardegan, de 57 anos, inspirou a esposa, Ana Lucia Rodrigues, 60, e a filha Thais Rodrigues Mardegan, 32, na escolha da profissão.
Ao observarem a paixão dele por ensinar, essa vontade cresceu por parte das duas. Júlio trabalha no ramo há 38 anos, sendo que desde 2006 atua na Coordenação de Desporto Escolar da Secretaria Municipal de Educação de Cariacica (Seme).
Já Ana Lucia e Thais prestam serviço no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Corina Serrano Mota: a mãe é professora de Artes e a filha, diretora.
“Fui para a faculdade com 40 anos por influência de Júlio e hoje sou muito realizada com a minha profissão”, contou Ana Lucia. Ela se formou em Pedagogia em 2009, e logo após fez licenciatura em Artes.
Professora de Educação Física, Thais disse que sempre esteve próxima de seu pai enquanto professor. “Brinco que entrei na educação muito antes de entrar na graduação. Amava estar nos jogos que ele participava, gostava de estar com ele quando dava aula, nos treinos… A gente acaba tomando gosto daquilo que vemos que a pessoa faz com muita vontade”.
O que mais gosta em seu trabalho é a capacidade, enquanto educação infantil, de estar presente nos primeiros passos das crianças. “Formar seres humanos e ajudá-los a alcançar o desenvolvimento”.
Além de mãe e filha, quem também frequenta o CMEI é a pequena Ana Lara, 5, filha de Thais. “Separamos o pessoal do profissional. Minha neta não me chama de vó, e sim de professora, de tia”, explicou Ana Lucia.
Rotina
O professor Juliano Pavesi, presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES), disse que tanto na rede pública quanto na privada, o professor enfrenta uma rotina muito pesada: muitas turmas, muita cobrança, pouco tempo para planejar e refletir sobre a própria prática.
“Na rede privada, há ainda uma pressão comercial, metas, resultados imediatos… Isso acaba tirando um pouco da autonomia do professor”, disse.
Apesar de tudo, ele disse que vê avanços. Um deles é que os professores estão mais conscientes da própria força. A categoria entendeu que precisa se valorizar e lutar por seus direitos.
“Outro ponto positivo é que hoje o professor tem mais acesso à formação e à troca de experiências seja por cursos, eventos ou mesmo pelas redes sociais, que permitem conhecer novas práticas pedagógicas e se inspirar em outros educadores”.
Professores dedicados

“Alunos me fazem esquecer a doença”
Maria da Penha Siqueira Novais, 49, ama trabalhar com a educação. Ela já foi professora por 14 anos e há 16 é diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Gislene Silva Queiroz, em Viana.
Ano passado, foi diagnosticada com câncer de mama e segue realizando o tratamento. Para ela, o trabalho é um grande aliado no tratamento. “Meus alunos me fazem esquecer a doença. Criança tem energia boa, estar aqui me faz bem”.
A Emef Gislene lidera o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município de Viana e já conquistou duas edições do prêmio Escola que Colabora, da Secretaria da Educação (Sedu), uma iniciativa que reconhece as unidades com os melhores desempenhos no Índice de Resultados da Educação (IRE). Maria tem muito orgulho desses resultados.
Sonho realizado

Gean da Silva Clarindo, 30, professor de Inglês e de Protagonismo na Emef TI Eunice Pereira Silveira, em Vitória, contou que desde criança gosta de ensinar.
“Eu costumava ajudar meus amigos quando tinham dificuldade nas matérias, e isso me fazia muito bem. Com o tempo, percebi que ser professor seria uma forma de continuar ajudando as pessoas, transmitindo conhecimento e contribuindo para o futuro delas. Hoje, entendo que escolhi uma profissão que transforma não apenas os alunos, mas também quem ensina”.
Inovação na sala de aula

Liliane de Oliveira Ventura, 49, tem 20 anos de magistério e trabalha na Emef Luzbel Pretti, em Cariacica. Na escola, dá aula de AAP (Aprofundamento de Aprendizagem) para alunos do 1º ao 5º ano.
Ela tem diferentes projetos com foco em Português e Matemática e acredita ser importante sempre inovar em sala de aula. “Faço tudo com muito amor. Todo ano é um ano novo, com inspirações novas. Adoro usar a tecnologia com as crianças!”.
Educação de Jovens e Adultos

A professora Fábia Lacerda de Brito, 49 anos, trabalha na Emef Serrana, localizada na Serra, com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e ama o que faz. No final dos anos 90, ela estudou para o vestibular com o apoio de cursos gravados enquanto era estudante da EJA para poder finalizar o ensino médio.
Ela é formada em Geografia e Pedagogia e tem mais de 20 anos de experiência como professora. Para Fábia, ser professora da EJA é uma forma de retribuir o que fizeram por ela. “É um compromisso político que eu tenho com a EJA, são pessoas que não tiveram oportunidades por uma série de razões”, disse.
Experiências

Gecilene Matos, 32, se tornou professora da educação infantil do CMEI TI Robson José Nassur Peixoto, em Vitória, neste ano, atuando com crianças de 2 e 3 anos. Ela trabalha na área desde 2021, mas anteriormente era na rede privada.
Na escola em que leciona atualmente, é utilizado o método pedagógico de educação construtivista. Essa maneira de ensinar é a preferida de Gecilene, que está pondo em prática tudo que aprendeu em seus estudos.
“Na educação infantil de Vitória, a gente acredita muito nas experiências, que as crianças aprendam a partir das experiências que têm, seja com elementos da natureza, materiais concretos, materiais não estruturados... A gente trabalha muito esse tipo de proposta, onde a criança se torna de fato, a protagonista”.
“Cada professor tem uma forma de reger a sala de aula, e a minha prática casa muito com isso”.
Gecilene contou que nunca teve o sonho de ser professora, mas ao longo dos estudos se apaixonou pela profissão. "As crianças sempre fazem algo novo para ensinar pra gente".
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