Covid já matou 37 pessoas no Espírito Santo em 2025
Entre os meses de agosto e setembro foi registrado um aumento de mais de 120% dos casos detectados no Espírito Santo

Nas últimas semanas houve um aumento de casos de síndromes respiratórias no Espírito Santo, segundo observam especialistas. O Estado registrou 2.891 casos de hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) até a semana 39 – 17 de setembro.
Apesar de o vírus da covid-19 ter registrado apenas 121 internações no mês de setembro, 1.007 casos da doença foram contabilizados no Estado no mesmo período. Em todo este ano, 37 pessoas morreram em decorrência da covid.
Em agosto deste ano, foram 456 casos de covid-19 registrados, representando um aumento de mais de 120% no mês seguinte. Vila Velha foi o município que mais registrou casos da doença em setembro, 132; seguido de Serra, 127; Vitória, 114; e Anchieta, 56. Os dados são do Informe Epidemiológico das Vigilâncias das Síndromes Gripais e do Painel Covid-ES.
No Brasil, segundo Boletim InfoGripe da Fiocruz, a covid-19 foi a principal causa de óbitos por SRAG nas últimas quatro semanas epidemiológicas (de 31 de agosto até 27 de setembro).
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Orlei Cardoso, destaca que esse aumento de casos de SRAG é mais esperado entre abril e maio, quando há aumento de influenza e covid.
“Provavelmente, essa variante XFG – que é recente – contribuiu para o aumento de casos. Essa variante tem uma alta taxa de infecção, só que no Espírito Santo não percebemos tanto isso, porque não tivemos um número grande de internações”, destacou.
Segundo Orlei, em média, são recebidas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES) 100 amostras, por dia, de testes para covid. “Pelo que estamos vendo, não há perspectiva de aumento, porque estamos na primavera e logo entramos no verão. Essas doenças têm preferência pelo tempo mais frio”.
Quanto às mortes, Orlei destacou que a maioria é de pacientes acima dos 60 anos, sendo que há casos em que a pessoa tomou a vacina em 2022.
“Chamamos atenção que a covid ainda não acabou. Infelizmente, dessas 37 mortes, grande parte tomou a vacina em 2022. A vacina tem a capacidade de proteger, as pessoas não podem perder essa oportunidade”, alertou.
Contágio com sintomas na segunda vez

No mês de setembro, a técnica de enfermagem Bárbara Andrade, de 32 anos, passou por um susto: ela teve covid-19 e apresentou até mesmo falta de ar como sintoma.
Bárbara relatou que em 2023 já havia contraído a doença, mas não apresentou nenhum sintoma. Porém, dessa vez, mesmo vacinada, o quadro foi diferente.
Ela conta que, na segunda-feira, dia 22, sentiu o corpo pesado, teve febre e começou a ter tosse. Ela passou por atendimento médico, mas na terça-feira começou a ter febre acima dos 40 graus e falta de ar.
“Na quinta-feira fiz o teste e deu positivo. Precisei usar a bombinha para fazer resgate, além de xarope e outros remédios para febre”, contou a técnica de enfermagem.
Alerta para “etiqueta respiratória”
Ainda que não haja um estado de pandemia por causa da covid-19, médicos afirmam que as “etiquetas respiratórias” devem ser mantidas, como o uso de máscara em casos de sintomas gripais.
“Quando a pessoa está com sintomas gripais, a recomendação é manter o distanciamento social e utilizar máscara em ambientes fechados, porque isso reduz o risco de transmissão da doença”, destaca a médica de família e comunidade e doutoranda em Doenças Infecciosas, Taynah Repsold.
A especialista ressalta ainda que é importante sempre cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, preferencialmente com um lenço descartável.
“Se não houver lenço disponível, deve-se usar a parte interna do braço, na região do cotovelo. Outro ponto essencial é a higienização das mãos, especialmente depois de tossir, espirrar, assoar o nariz ou tocar superfícies de uso coletivo. Também devemos evitar levar as mãos ao rosto, principalmente aos olhos, nariz e boca, que são portas de entrada para os vírus”, recomenda.
A pneumologista Ciléa Victoria Martins alerta ainda que crianças com febre não devem ser mandadas para a escola para não contaminar outros colegas e professores. Além disso, segundo a médica, é importante manter janelas abertas para garantir a ventilação do ambiente.
“Outra recomendação é a hidratação das narinas com soro fisiológico. Assim como as crianças, os adultos devem manter o nariz sempre úmido, assim a pessoa evita a penetração dos vírus e das bactérias”, orienta a pneumologista.
Saiba mais
Atenção com os sinais de gravidade
Covid
A Covid-19 foi a principal causa de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas quatro semanas epidemiológicas (de 31 de agosto até 27 de setembro), segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz.
No Espírito Santo, o aumento de SRAG tem sido alavancado pela covid-19 (atingindo especialmente os idosos) e pelo rinovírus (sobretudo, em crianças pequenas).
Sinais de gravidade
Os sinais de gravidade incluem falta de ar, respiração acelerada, dor no peito, confusão mental, sonolência e queda da saturação de oxigênio, quando se tem acesso ao oxímetro.
Também chamam atenção a dificuldade para se alimentar ou ingerir líquidos e a piora súbita de sintomas que antes estavam estáveis.
Gripe x covid
Tanto a covid-19 quanto a gripe apresentam sintomas muito parecidos, o que pode dificultar a diferenciação apenas pela clínica. Ambas podem causar febre, dor no corpo, dor de garganta, tosse, coriza e mal-estar. No entanto, na covid-19, a perda do olfato e do paladar é um sintoma mais característico e aparece com maior frequência.
Máscara
Quando a pessoa está com sintomas gripais, a recomendação é manter o distanciamento social e utilizar máscara em ambientes fechados, porque isso reduz o risco de transmissão da doença.
Fonte: Fiocruz e médica Taynah Repsold.
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