Investidores perdem até 93% do dinheiro aplicado
Perda foi com COEs da XP e BTG, produtos que reúnem ações, moedas e juros, com capital protegido ou em risco, sem cobertura do FGC

Investidores que aplicaram em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) vinculados a títulos de dívida da Ambipar e da Braskem, distribuídos principalmente pela XP Investimentos e pelo BTG Pactual, enfrentaram perdas que chegaram a 93% do valor inicialmente investido.
Os COEs são produtos financeiros que reúnem diferentes ativos em uma única aplicação, combinando instrumentos como ações, moedas, índices e taxas de juros.
Essa “embalagem” de ativos permite que o investidor acompanhe o desempenho dos instrumentos incluídos, ao mesmo tempo em que o produto define os riscos e os possíveis retornos desde a aplicação inicial.
Segundo especialistas, os COEs podem ser estruturados com objetivo de proteger total ou parcialmente o capital investido ou, em modalidades mais arriscadas, oferecer possibilidade de maiores retornos, mas também de perdas significativas.
O funcionamento dos COEs se baseia em ativos de referência que determinam o desempenho do investimento. Esse ativo de referência pode ser uma moeda, uma ação ou, como no caso dos COEs da Ambipar e da Braskem, títulos de dívida de empresas.
Para estruturar o COE, o banco emissor combina diferentes ativos e utiliza instrumentos financeiros como opções de compra e venda, conhecidos como calls e puts, formando uma estrutura complexa e personalizada.
A emissão dos COEs é realizada pelos bancos, que definem a combinação de ativos, a seleção das opções e as estratégias utilizadas, enquanto a comercialização e distribuição ao público são feitas por corretoras e plataformas de investimento.
Os COEs apresentam diferentes níveis de proteção ao capital investido. No modelo de capital protegido, a instituição garante que, no vencimento, será devolvido pelo menos o valor aplicado.
Já no modelo de capital em risco, a possibilidade de maior rentabilidade vem acompanhada da chance de perda parcial ou total do capital investido, dependendo do desempenho dos ativos de referência até a data de vencimento.
Entre os riscos mais importantes está o risco de crédito, uma vez que os COEs não contam com cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que, em caso de inadimplência do ativo de referência, não existe um mecanismo externo que garanta a recuperação do investimento.
Além disso, a baixa liquidez desses produtos limita a possibilidade de resgate antes do vencimento, e a complexidade das operações, que envolvem derivativos e estratégias de proteção, pode dificultar a compreensão dos riscos por investidores iniciantes.
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