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Independentemente dos resultados neste dois amistosos de outubro, contra Coréia do Sul — sexta-feira (10) — e Japão — na terça-feira (14), Carlo Ancelotti já tem definido um desenho tático para a seleção brasileira. Na busca do equilíbrio tão desejado para um torneio que pode chegar a um máximo de oito jogos, o técnico quer defender no 4–4-2 e atacar no 4-2-4 - seja lá quais forem os jogadores escalados.
Neste primeiro teste, a ideia foi deixar o ataque com Vinicius Jr e Matheus Cunha por dentro, com Rodrygo e Estevão pelos lados. Quarteto que se afasta quando o time é atacado. Ou seja: sem a bola, Estevão e Rodrygo voltam para fazer uma linha de quatro no meio, ao lado de Casemiro e Bruno Guimarães.
E isso não é achismo, é informação passada por quem acompanha debates da comissão técnica no jogo a jogo.
Ancelotti, bem a seu jeito, tem procurado reforçar a autoestima dos jogadores. Sem, no entanto, deixar de passar a importância do jogo sem a bola, da inteligência tática e do comprometimento com a causa.
Nada que a gente já não tenha visto em discursos de Jorge Jesus, Luis Castro, Abel Ferreira, Arthur Jorge, Leonardo Jardim e até de Filipe Luís. Mas não é sobre o que fazer é mesmo sobre como e por que fazer.
O treinador italiano tem o dom de fazer com que elencos estelares de diferentes gerações alcancem os objetivos maiores. “Mistura carisma e competência”, resumiu há pouco tempo o tetracampeão Branco, hoje diretor de categorias inferiores da CBF.
Ancelotti gosta de trocar ideias sobre a cultura do futebol sob a ótica dos jogadores brasileiros. E Branco os conhece bem, porque a maioria trabalhou com ele em seleções de base.
Por isso, não surpreende o tom da coletiva em que Ancelotti deixou clara a intenção de não deixar os objetivos pessoais se sobreporem aos ideais coletivos na Copa do Mundo.
E aí voltamos à escolha dos jogadores para o 4-2-4. Os atacantes são os mais virtuosos e é provável que, lá na frente, os quatro da linha ofensiva sejam Estevão, Raphinha, Vinícius Jr e Rodrygo. Todos com potencial para o estrelato no torneio.
Olhando para os momentos mais felizes da seleção brasileira em suas últimas conquistas, lembro que os primeiros sinais vieram de fora do campo.
E como a bola só rola na Copa do Mundo em junho do ano que vem, ainda há tempo para a conscientização do grupo que busca eficiência competitiva.
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