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Leitores do Jornal A Tribuna

O SUS nos salva todos os dias

Há 35 anos, o SUS transforma vidas e garante o direito de ser cuidado com dignidade

Claudio Amorim | 08/10/2025, 12:21 h | Atualizado em 08/10/2025, 12:21

Imagem ilustrativa da imagem O SUS nos salva todos os dias
Claudio Amorim é administrador e mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional |  Foto: Divulgação

A gente nunca esquece o dia em que o mundo muda de repente. Faz pouco mais de 30 anos, mas lembro como se fosse ontem. Estávamos em casa, na roça, quando minha mãe começou a passar mal. A princípio, parecia só uma indisposição, mas, em pouco tempo, ela já não conseguia mais ficar de pé. Meu pai não pensou duas vezes: colocou-a no carro do vizinho e partiu para a cidade mais próxima, estrada de terra, coração na mão.

Minha mãe enfrentou mais de 12 meses de tratamento, entre internações e cuidados médicos. O Sistema Único de Saúde (SUS) esteve presente em cada passo dessa jornada, com médicos, remédios, exames e internações. Mesmo numa época em que tudo era mais difícil, o sistema estava lá. Foi ele que cuidou da minha mãe quando nós não sabíamos mais o que fazer. E foi com ele que ela sobreviveu. Ali, no auge do desespero, o SUS salvou a minha mãe. E salvou a mim junto com ela.

Em 2019 passei a trabalhar no SUS. Primeiro, num hospital filantrópico conveniado e, depois, num hospital público estadual especializado em pediatria. Atuar em hospitais ligados ao SUS me transformou. Aprendi que saúde pública não se faz apenas com equipamentos e protocolos, mas com decisões humanas que impactam diretamente a vida de outras pessoas.

O SUS tem problemas e não são poucos. Desde sua criação, faz milagres com um orçamento que mal cobre o essencial. A Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos públicos, agravou um quadro já crônico, uma irresponsabilidade com grande parte da sociedade brasileira que precisa do SUS. No Espírito Santo, mesmo diante das limitações impostas pela esfera federal, temos observado o aumento de investimentos em saúde.

Lá fora, nos países com os melhores sistemas de saúde pública, como Reino Unido, Canadá e Suécia, há investimentos sólidos, planejamento de longo prazo, atenção primária forte, foco na prevenção e tecnologia integrada. O Brasil tem tudo para trilhar esse caminho, mas é preciso tomadas de decisão assertivas, coragem e valorização.

Hoje, ao refletir sobre o SUS, falo com a convicção de quem viveu nos dois lados da história: o SUS me salvou. Neste ano em que o SUS completa 35 anos, é tempo de celebrar essa conquista. Um sistema que cuida da saúde de todos, sem distinção de cor, classe ou endereço. Mesmo diante das dificuldades, o SUS resiste, cresce e se firma todo dia, construindo o que há de mais precioso, o direito de viver e ser cuidado com dignidade.

Além de celebrar, é preciso olhar para frente. O SUS do futuro precisa ser ainda mais forte, humano e eficiente. Precisa investir na prevenção, cuidando das pessoas antes que a doença chegue; precisa unir dados para entender melhor quem são as pessoas que dependem dele; precisa valorizar cada profissional, cada especialista que faz a diferença no atendimento; precisa de recursos que não sejam só números no papel, mas esperança em forma de remédio, equipamento e equipe; e precisa abraçar a tecnologia como parceira, ampliando o alcance do cuidado, mesmo nos lugares mais distantes.

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