Paixão por Iriri e pela cozinha
Do amor pelo mar e pela cozinha, nasceu o Restaurante do Gilson, referência da gastronomia de Iriri
Tudo começou com o Gilson ainda menino, escondido na barra da saia da Vovó Ina, enquanto o cheiro do feijão no fogão a lenha invadia a casa e o coração. Daquele tempo, ele nunca esqueceu o gosto, o cheiro, nem o carinho — e é esse mesmo tempero que até hoje dá alma aos nossos pratos.
A paixão por Iriri e pela cozinha nasceu junto com ele. E, como tudo que é de verdade, foi só questão de tempo até as duas coisas se misturarem e virarem destino.
Ainda jovem, Gilson já criava suas próprias tradições. Um exemplo era o peixe assado na folha de bananeira, preparado sob a fogueira que fazia por cima da areia quente da praia, que se tornava um verdadeiro ritual nas tardes preguiçosas na Areia Preta. Os amigos se reuniam, o cheiro se espalhava, e o momento virava celebração. Tudo começava com a pesca — até o dia em que uma moreia o mordeu enquanto limpava o peixe nas pedras. Desde então, ele passou a respeitar o mar de um jeito diferente, sem deixar de amá-lo.
Outra lembrança marcante é o sururu, que ele fazia questão de colher com as próprias mãos. Era quase um rito de passagem, cozinhá-lo com arroz e temperos simples, mas cheios de verdade. Um sabor que, em Iriri, se transmite de geração em geração, entre famílias, como quem compartilha uma herança afetiva, nosso tradicional “lambe-lambe”.
E pra quem pensa que Gilson só se encontrava nos frutos do mar, se surpreende ao saber que, lá no início, ele também mergulhou no mundo dos pães artesanais e produzia fornadas inteiras! Sua esposa, sempre cuidando da parte administrativa, ficava por conta das encomendas e vendas em repartições públicas, e adivinha? as encomendas não paravam! Mas se tratava de uma fase, e sem saber, já se encaminhavam para seu verdadeiro trajeto.
Ao lado de sua esposa, Sanuza, que acreditou no seu sonho, nasceu o Restaurante do Gilson. Ela no caixa, ele nos temperos e receitas, como a Casquinha de Siri, uma das nossas estrelas até hoje, abrindo caminho pra muitos outros sabores que apaixonam turistas desde o primeiro prato.
Vieram os anos no calçadão da Costa Azul, quase 30… Vieram também receitas autorais que viraram tradição: o Bobó que abraça, a Moqueca com alma, o Arroz a Nogueira Gatto que pede bis, e tantos outros que contam nossa história melhor do que palavras.
Sabemos que nada se constrói sozinho e essa história não teria sido tão completa sem Alexandra, nossa Chef Tel, que acompanha Gilson e Sanuza desde antes do nascimento da única filha do casal e, com talento e alma, fez parte da concepção do Restaurante. Tel está — e continua — na origem dos nossos sabores, tradições e jeito de cozinhar de verdade, além de pilotar essa cozinha como ninguém!
Hoje, é essa filha que assume os bastidores e Gilson segue no que ama: criar, cozinhar e emocionar. Graduado, pós-graduado, embaixador da gastronomia capixaba e vencedor do Prêmio Dolmã em 2016 — o coração dele continua aqui, no calor da cozinha e no amor por Iriri.
E enquanto houver mar, panela no fogo e gente querendo comer com afeto, o Restaurante do Gilson segue vivo. Porque mais que um restaurante, a gente é memória, sabor, parceria, muita história e paixão servidos à mesa!
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