"Enem dos Concursos": fiscalização reforçada após 3 prisões por fraudes
MGI reforça segurança do CNU 2025 após fraudes em 2024, com 3 detidos. Detectores serão usados nas salas e até nos banheiros

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) anunciou medidas adicionais de segurança para a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), que terá provas aplicadas neste domingo (05).
A decisão foi tomada após operação da Polícia Federal (PF) que apura fraudes na primeira edição do certame, realizada em 2024.
Entre as medidas anunciadas estão o uso de detectores de pontos eletrônicos sob orientação policial, provas identificadas página a página com códigos de barra específicos para cada candidato, não divulgação do número do tipo de prova até a publicação dos gabaritos, detectores de metal em salas e banheiros e reforço na escolta e guarda das provas com apoio policial.
Segundo o MGI, as ações visam garantir “maior segurança, transparência e integridade” ao concurso. A pasta afirmou ainda que acompanha as investigações da PF desde o início e classificou como “fraude pontual” os casos ocorridos na edição anterior.
A operação da PF, batizada de Última Fase, resultou na prisão de três pessoas apontadas como lideranças do grupo suspeito de fraudar concursos. Foram detidos Wanderlan de Sousa, Thyago de Andrade e Laís Araújo. Um quarto mandado de prisão continua em aberto.
As investigações identificaram irregularidades no CNU 2024 e em concursos das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba, da Caixa Econômica e do Banco do Brasil.
Segundo a decisão judicial que autorizou as prisões, o grupo utilizava pontos eletrônicos instalados com apoio médico, falsificação de documentos e até suborno para permitir substituição de candidatos durante as provas.
O relatório da PF aponta que Laís Araújo já havia se envolvido em outros casos de fraudes em concursos desde 2022 e a classificou como “reincidente contumaz”.
Já Thyago de Andrade foi descrito como responsável pelo “controle financeiro e operacional” do grupo, com acesso a especialistas em falsificação de documentos e negociação com seguranças dos locais de prova.
Como consequência das fraudes, servidores foram afastados de seus cargos e candidatos envolvidos foram excluídos dos processos seletivos.
Os investigados podem responder por crimes como fraude em certame de interesse público, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público.
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