Governo Lula autoriza nomeação de 200 servidores para Banco Central
Candidatos integravam o cadastro de reserva do último concurso público da autoridade monetária

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou nesta quinta-feira (2) a nomeação de 200 novos auditores para o Banco Central. Os candidatos integravam o cadastro de reserva do último concurso público da autoridade monetária, realizado no ano passado.
Ao todo, Lula autorizou a nomeação de 1.434 candidatos para 20 órgãos, entre eles, Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Banco Central foi a autarquia com mais vagas preenchidas. O debate em torno da segurança do sistema financeiro, desde que ataques hackers provocaram desvios milionários de recursos, ajudou a destravar o pedido feito ainda em maio pelo presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, em ofício endereçado à ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação), ele argumentou que a medida era fundamental para a "preservação da capacidade operacional do BC e a continuidade das ações essenciais de sua responsabilidade, nos níveis de qualidade e agilidade requeridos pela sociedade".
O impacto orçamentário estimado pelo BC é de R$ 5,8 milhões, considerando o custo para o ingresso de servidores adicionais em novembro deste ano.
No documento, Galípolo ressaltou que a força de trabalho do BC vem se reduzindo significativamente ao longo dos últimos anos, em consequência de aposentadorias e de outras razões, em meio ao aumento das atribuições da autarquia.
"A redução da força de trabalho do BC acarreta risco ao adequado funcionamento do sistema financeiro nacional, na medida em que diminui a capacidade de manutenção de serviços essenciais a cargo desta autarquia. Além disso, afeta o desenvolvimento das novas competências que vêm sendo atribuídas por leis e de ações estratégicas para os próximos anos", afirmou em trecho do texto.
Em nota, o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) disse que o reforço do quadro de pessoal responde a um alerta feito pela entidade "sobre os riscos da falta de pessoal diante do crescimento das funções do BC, que hoje incluem a regulação de fintechs, supervisão do Pix e combate a crimes financeiros".
No início de setembro, quando anunciou medidas emergenciais para fechar brechas usadas por hackers nos ataques cibernéticos, Galípolo defendeu a autonomia financeira da autarquia e alertou para a restrição de pessoal no Banco Central.
Hoje, o BC conta com 3.218 servidores em atividade -menos da metade do total dos 6.470 cargos previstos em lei para a autarquia. O quadro é composto por 2.671 auditores, 393 técnicos e 154 procuradores. O volume atual é resultado de uma sequência de perdas líquidas ocorridas na última década. Em 2014, eram 4.081 vagas ocupadas.
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