Dia do Idoso: adeus à bengala como símbolo da terceira idade
Projeto sugere mostrar vagas para idosos em estacionamentos com imagens de pessoas pedalando, viajando e curtindo a vida

Do vôlei às viagens, da bicicleta ao surfe. Com pessoas idosas mais ativas, vivendo por mais tempo e com qualidade de vida, o símbolo da terceira idade vem se distanciando cada vez mais da representação de alguém encurvado, apoiado em uma bengala – ainda visto em estacionamentos e filas preferenciais.
No Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, comemorado nesta quarta-feira (01), o adeus às bengalas têm ganhado visibilidade. Um projeto sugere transformar a identidade visual das vagas de estacionamento reservadas para idosos, substituindo os ícones ultrapassados por imagens que retratam o idoso moderno: pedalando, viajando e curtindo a vida.
Chamada de 60 Vive+, a iniciativa é da MedSênior em parceria com a rede de supermercados Extrabom. Na unidade do Extrabom em Jardim Camburi o projeto já começou e será expandido para todas as lojas da rede.
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O novo visual das vagas é inspirado na marca “60+”, que passou a ser referência nacional a partir da lei federal 14.620/2023, que determina substituição de antigos pictogramas por representações alinhadas ao novo envelhecer.
O diretor de Marketing da MedSênior, Maycon Oliveira, explicou que o projeto surgiu de uma necessidade de voltar os olhos com mais atenção para a pessoa idosa.
“O conceito de idoso ficou velho. As pessoas olham para a terceira idade como sinônimo de debilidade. Mas o novo idoso tem uma vida ativa, com autonomia”, destacou.
O projeto Viva Vôlei é exemplo dessa mudança. Idealizado pela educadora física Kátia Siquara, 61, com o apoio da MedSênior, o projeto reúne mulheres com mais de 60 anos que gostam de vôlei e que não abrem mão de praticar esportes.
O time compete em torneios nacionais e internacionais, e já conquistou medalha de ouro na 5ª final nacional, na categoria 75+.
As alunas Elizabeth Maria Mallet, 70, Vera Lucia Leandro de Souza, 74, e Maria Leide Scardua Bernardes, 70, fazem parte do time.
Segundo Elizabeth, o esporte trouxe melhorias para a saúde e disposição. “Jogar vôlei representa pequenas doses diárias de uma medicação que todos deveriam tomar: o esporte. Não vejo idade como fator limitador de sonhos. Uma bengala não nos representa”.
Já Vera começou a praticar o esporte há mais de 10 anos, como lazer, e nunca mais parou. “O esporte sempre fez parte da minha vida, pois fui professora de Educação Física a maior parte da vida. Antes, eu levava os meus alunos para as competições, hoje tenho a felicidade de viajar, competir”.
Prática de esportes

Aos 79 anos, a aposentada Cleria Saiter revelou que a prática de esportes sempre fez parte sua vida.
“Aos 14 anos, eu já praticava esportes, jogando futsal. Nunca parei de me exercitar, seja com caminhadas ou hidroginástica. Há 10 anos, comecei a fazer musculação na academia Razões do Corpo. O exercício físico me permite não ter problema hoje de mobilidade e equilíbrio”.
Cenas nas ruas

Na Praia de Camburi, o símbolo para vagas de idosos segue a nova legislação e a resolução do Contran, que substitui a imagem da pessoa com bengala pelo desenho de um indivíduo em pé com o +60.

Em um estacionamento de um shopping da Grande Vitória, as placas colocadas recentemente ainda trazem o símbolo do idoso encurvado com a bengala na mão.
O que eles dizem

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