Arte a céu aberto: pinturas chamam a atenção em muros de Vitória
Espaços que antes passavam despercebidos estão ganhando cores e desenhos pelas mãos de artistas capixabas

A arte tem o poder de transformar ambientes, tornando espaços que antes passavam despercebidos em verdadeiros quadros a céu aberto.
Na capital, exemplos que chamam a atenção são os trabalhos feitos no muro que cerca o Porto de Vitória e também aquele realizado nos muros das subestações da EDP em Bento Ferreira/Jesus de Nazareth e no centro de Vitória.
No primeiro caso, a pintura é assinada pelo artista capixaba Raí Bolzan, de 34 anos. O muro tem 415 metros de comprimento (entre a portaria da Vports, Ilha do Príncipe, ao antigo aquaviário, centro de Vitória), mas a área pintada é de 703 metros quadrados.
O projeto tem previsão de conclusão até o final deste mês, a depender das condições climáticas.
Segundo Raí, o projeto é feito com tinta spray em um espaço de grande visibilidade, pensado como uma forma de contribuir para a requalificação do Centro e da área portuária, consolidando Vitória como um polo de arte urbana.
O artista contou sobre o significado do trabalho desenvolvido. “Retrato a história do porto baseado no livro “Alma de Portuário”, trazendo por meio de imagens fatos que aconteceram desde o primeiro aporte de um navio, em 1545, até os dias de hoje, onde o porto vem trazendo a modernidade”.

Essa “linha do tempo” passa por momentos importantes, citando por exemplo, os principais produtos comercializados, como café e outros produtos agrícolas.
Para Raí, a arte nos muros transforma a cidade e ele vê esse tipo de ação como um cuidado com o espaço. “É um sentimento de cuidado por parte da empresa que escolhe fazer esse espaço, e por parte do Estado quando ele permite que isso aconteça”.
Pessoas de todas as idades têm gostado do trabalho e interagem, disse ele. “Estou pintando próximo da Vila Rubim e vejo como os comerciantes e a população que circula ali estão satisfeitos. Me abordam o tempo todo para conversar e falar como está bonito”.
O projeto do mural aconteceu por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com realização da Cix Produções e Ministério da Cultura, patrocínio da Vports e apoio da Timenow e Prefeitura de Vitória.
O artista

Natural de Cachoeiro de Itapemirim, Raí produz arte nas ruas desde jovem. Ele trabalha com ilustração, pintura em tela, projetos culturais e colaborações criativas em diferentes linguagens, sendo que o grafite em mural ou em tela é seu principal meio de expressão.
Mensagens coloridas de segurança

A EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, está revitalizando os muros de quatro subestações e a arte ganha espaço.
Neste mês, foram concluídas as revitalizações na Subestação Vitória, no Centro, e na Subestação Bento Ferreira, que fica entre os bairro Jesus de Nazareth e Bento Ferreira. Até novembro, o projeto será finalizado na Subestação Guarapari, em Muquiçaba, e da Guriri, em São Mateus.
As pinturas são assinadas pelo artista Hiago Silva, que há mais de 10 anos se dedica ao universo artístico, e trazem mensagens importantes: cenas lúdicas reforçam atitudes seguras que se deve ter em relação à energia elétrica.
“É uma mescla de algo informativo com o artístico”, disse Hiago. Em uma das pinturas, por exemplo, há um menino soltando pipa e frase: solte pipa longe dos fios.
Outras mensagens encontradas, são “durante obras, mantenha distância da rede elétrica”; “segurança sempre em primeiro lugar”; e “subestação elétrica não é atalho, escolha a segurança”.
Para Hiago, a arte urbana de modo geral tem um impacto positivo na população.
“É muito comum em outros estados e países a gente ver as pessoas consumirem a arte urbana de uma maneira mais forte. E aqui no Estado temos centenas de artistas maravilhosos... Sinto que a população abraça quando a gente coloca uma arte no muro. As pessoas gostam”.
“A arte nos muros só tem a contribuir com a cidade em todos os pontos. Deixa mais colorido e vivo, quebra um pouco o cinza da cidade”, completou.
O artista

Hiago contou que nasceu em uma família envolvida com a arte, e que isso sempre foi natural em sua vida. Aos 17 anos, vendeu suas primeiras obras e decidiu que seguiria a carreira.
Hoje, além de pinturas em murais, ele trabalha fazendo quadros, esculturas, animação 2D e modelagem 3D.
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