Exposição internacional inédita vai passar por Vitória
Mostra com 69 gravuras originais do artista holandês Rembrandt poderão ser conferidas a partir de janeiro

Parte da genialidade do artista holandês que transformou a arte da gravura vai poder ser conferida na exposição “Rembrandt – O Mestre da Luz e da Sombra”, que chega ao Brasil de forma gratuita após temporada de sucesso na Itália.
No País, a mostra inédita passa por três capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória, que encerra o circuito a partir de janeiro.
A maratona artística teve início na terça-feira (23), no Rio de Janeiro, e contou com a presença da reportagem de A Tribuna, que pôde conferir em primeira mão as obras.
O convite foi feito pela empresa capixaba Premium Comunicação Integrada de Marketing, que é a responsável por trazer a atração ao País e que esteve à frente de outras mostras, incluindo de Leonardo Da Vinci e Picasso.
Durante a exposição inédita, o público tem a oportunidade de conferir 69 gravuras originais de Rembrandt (1606–1669), sendo que ao longo de sua carreira o artista deixou apenas 300. Ele também foi responsável por mais de 300 pinturas e 2 mil desenhos.
Seus temas vão de autorretratos e retratos de amigos a mendigos, estudiosos e histórias bíblicas.
“Apreciar uma gravura original de Rembrandt é estar diante da história da humanidade. É viver uma experiência que antes era privilégio de quem visitava museus na Europa. A presença dele no Brasil é, antes de tudo, um gesto simbólico”, afirma Álvaro Moura, diretor da Premium.
O holandês é reconhecido pelo seu domínio excepcional do chiaroscuro, técnica que envolve o uso dramático de contrastes entre luz e sombra. “Suas gravuras já eram muito valorizadas em vida e continuaram a circular amplamente após sua morte, mesmo em versões alteradas ou tardias”, afirma Luca Baroni, curador da mostra e diretor da Rede dos Museus das Região Marche Nord, Itália.
A exposição também é marcada pela acessibilidade. Além de recursos como legenda, tradução em libras e descrição das postagens nas redes sociais, ela conta com placas em braille e um autorretrato em 3D do artista com recurso tátil.
O último item foi feito por um artista que atua no Carnaval de Vitória. Outro destaque da mostra é um espaço onde é possível interagir com algumas gravuras.
“A gente fez a escolha muito certa”
A Tribuna — Como a Premium entrou no mundo das exposições?

Álvaro Moura — A vida me deu a oportunidade de viajar muito e eu sempre fui “rato de museu”. Ficava emocionado de ver as crianças lá dentro, tendo acesso às obras e tal, e eu queria levar isso pra Vitória.
Essa é a primeira vez que o público vai ter acesso a essas gravuras originais?
É uma exposição inédita. Já aconteceram outras exposições do Rembrandt no Brasil, mas não com esse recorte. Esse recorte é de uma colecionadora italiana, essas obras estão desde 2009 num museu público da Itália.
Como surgiu a oportunidade de trazer essa exposição especificamente pro Brasil?
Os grandes museus do mundo hoje têm dificuldades crescentes de manutenção do seu acervo. Então, muitos dos recursos para mantê-los são através de aluguel de obras, fazendo recortes de exposições como essa, e eles alugam essas exposições. Quando decidimos retornar a esse mercado, queríamos algo de grande repercussão, inédito, mas que tivéssemos perna para trabalhar. Dentre os vários projetos que analisamos, escolhemos esse.
E o que motivou essa escolha? Por que Rembrandt?
Por um conjunto de fatores: pela relevância do Rembrandt, ineditismo, e a gente queria muito fazer uma exposição que fugisse do entretenimento, não queria um negócio “instagramável”. Não tenho nada contra, também gosto dessas exposições, mas queria algo que a gente pudesse refletir. O Rembrandt teve uma vida muito dura, Ele sofreu muito ao longo da vida, perdeu a mulher, quatro filhos, faliu. E cada vez que passava por uma crise, parecia que saía melhor. Acho que a gente fez a escolha muito certa. É uma exposição que pega todas as fases dele.
Qual que é a importância da democratização da arte?
Nossa ideia é trazer escola pública. Além disso, temos 11 ações de inclusão aqui, a exemplo de um autorretrato em 3D do artista.
Cenas da mostra



Serviço
“Rembrandt – O Mestre da Luz e da Sombra”

- O quê: Exposição com 69 gravuras originais de Rembrandt. Entre as obras expostas estão Autorretrato com Saskia (1636), A Descida da Cruz (1633), Ressurreição de Lázaro (1632), O Jogador de Cartas (1641), O Manto de José Trazido a Jacó (1633), A Fuga para o Egito (1633) e Cristo Expulsando os Cambistas do Templo (1635).
- Quando: A mostra fica até 8 de novembro, no Rio de Janeiro, e depois segue para Belo Horizonte (MG). A última parada é em Vitória, entre janeiro e março.
- Onde: No Palácio Anchieta, no centro de Vitória.
- Quanto: Entrada gratuita em todos os lugares.
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