Quando o atraso na fala da criança é um problema?
Médicos explicam quando a demora no desenvolvimento na fala de crianças pode ser um sinal de alerta para os pais
É comum que pais sonhem em ouvir as primeiras palavrinhas de seus filhos, mas qual será o momento certo para isso acontecer?
Recentemente essa questão virou pauta nas redes sociais, após a influenciadora digital Virginia Fonseca relatar em um vídeo que o filho José Leonardo, de 1 ano, tem um mês para falar pelo menos 5 palavras, prazo este estipulado pela médica que o acompanha.

Segundo a pediatra Carla Bellon, cada criança é um caso específico, mas existem marcos de desenvolvimento que elas devem atingir, como falar “papai” e “mamãe” por volta dos 12 meses ou formar frases até os 2 anos de idade. Ela explica que, caso esses marcos não sejam atingidos, os pais devem ficar em alerta.
Para ela, diversos fatores podem influenciar no atraso do desenvolvimento da fala, como por exemplo falta de estímulo, uso excessivo de tela, deficiência auditiva, transtornos do neurodesenvolvimento ou distúrbios da linguagem. Contudo, o local onde a criança vive também é um fator de impacto.
A fonoaudióloga e especialista em Linguagem, Desenvolvimento Infantil e Voz Tamiris Akbart destacou que, em casos nos quais as crianças não conseguem atingir os marcos, é necessário iniciar o protocolo de vigilância do desenvolvimento, onde deve ser acompanhado semestralmente os avanços das crianças.
“O atraso na fala é um sintoma, não é um diagnóstico. É um sintoma de que algo está diferente no desenvolvimento dessa criança, nos marcos do desenvolvimento que ela deveria estar alcançando e ela não está”.
Dentre as causas podem estar fatores ambientais, ou seja, falta de estímulos, ou fatores orgânicos, uma característica neurológica da criança relacionada à língua, lábios, bochecha, audição, genética ou transtornos.
A pediatra Nathália Miranda enfatizou a importância de procurar profissionais que tratem o atraso da fala e da interação com as crianças no processo do desenvolvimento. “Evitar negar esse atraso, correr atrás dos pontos importantes e de ajuda profissional é ideal para evitar grandes dificuldades”, destacou.
Terapia é solução!

Mãe de Luan, de 8 anos, Denise de Souza conta que o filho, diagnosticado com transtorno do espectro autista com altas habilidades, teve atraso de fala até os 2 anos e meio. Ao perceber os sinais, ela buscou ajuda.
“A terapia é solução, não é problema. A gente busca para o conforto da criança e é nítido que o problema de comportamento dele mudou radicalmente”, relatou.
FIQUE POR DENTRO
Sinais de risco
> De 0 a 3 meses : Não reage a sons ou vozes e pouca interação social.
> 4 a 6 meses: Não balbucia, não ri e pouco interesse social.
> 7 a 9 meses: Não responde ao nome, não usa gestos simples e não experimenta sons variados.
> 10 a 12 meses: Não fala primeiras palavras, não aponta e não mostra objetos.
> 13 a 18 meses: Poucas palavras, não responde a comandos simples e pouca interação.
> 19 a 24 meses: Poucas palavras, não combina palavras e dificuldade em brincar simbolicamente.
> 24 a 30 meses: Frases muito simples ou ausentes, não faz perguntas e pouca interação com pares.
> 30 a 36 meses: Não combina palavras, discurso difícil de entender, pouca iniciativa e interesses em relações e situações sociais.
Como interagir
> Conversar sempre com a criança, narrando atividades do dia a dia.
> Cantar músicas, contar histórias e ler livros infantis.
> Incentivar a criança a apontar, nomear objetos e pedir coisas.
> Reduzir o uso de telas.
> Brincadeiras que envolvem interação como esconde-esconde, faz de conta e jogos de fala.
Fontes: Tamiris Akbart e Nathalia Miranda.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários