Ibama libera “indústria submarina” de petróleo de R$ 4,6 bilhões
Instituto emitiu licança para a Prio interligar poços de petróleo no Campo de Wahoo, no litoral sul capixaba

A Prio recebeu licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para a interligação dos poços no campo de Wahoo, localizado na Bacia de Campos, litoral do Espírito Santo, no que se caracteriza por ser uma espécie de “indústria submarina”.
A petroleira afirmou que o custo total do desenvolvimento está estimado em US$ 870 milhões (RS 4,6 bilhões).
Os poços de Wahoo serão conectados ao navio-plataforma Frade, do tipo FPSO, no campo de mesmo nome também operado pela Prio. Ambos os campos ficam na Bacia de Campos, separados por uma distância de 30 quilômetros, conforme o fato relevante divulgado pela empresa.
O documento detalha que a licença compreende a interligação submarina, chamada de “tieback”, de até 11 poços — sendo quatro produtores, dois injetores e cinco contingentes — ao FPSO Frade.
O Ibama afirmou, conforme o documento, que o campo de Wahoo situa-se no contexto geológico do pré-sal, em lâmina d’água que varia de 900 a 1.600 metros.
“O escoamento da produção e a injeção de fluidos serão viabilizados por meio da instalação de dutos de produção e injeção, umbilicais de controle e potência, além de equipamentos submarinos associados, sem a implantação de nova unidade estacionária de produção”, afirmou o órgão ambiental.
O consultor empresarial Durval Freitas destacou que a autorização representa mais um passo para que se torne realidade, já que o primeiro óleo deve ser produzido entre março e abril do próximo ano.
“Será um ganho expressivo para nosso Estado, que se destaca no setor com Petrobras, Shell e BW. Além disso, a integração submarina é algo inédito no Brasil, e mostra a possibilidade de agregar novas tecnologias”, explicou.
A expectativa é de um aumento de produção de aproximadamente 40 mil barris de petróleo por dia e um milhão de metros cúbicos de gás natural, conforme projeções da Prio com a interligação de todos os poços, segundo Rafaele Cé, presidente da RedePetroES.
“Somado ao (navio-plataforma) Maria Quitéria, da Petrobras, coloca o Espírito Santo como o segundo maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil. O incremento na produção representa um marco no mercado”, disse.
Entenda
Profundidades superiores a mil metros
Autorização
A Prio recebeu licença do Ibama para instalar uma espécie de “indústria submarina” no Campo de Wahoo.
Tecnologia
O Campo de Wahoo se destaca pela aplicação de tecnologias de ponta, como brocas de última geração, ferramentas de perfuração em tempo real e sistema de completação com fishbones (técnica de engenharia de poços usada para aumentar a produtividade de reservatórios).
As bombas multifásicas submarinas (MPP), outra tecnologia em destaque, será instalada na maior distância já realizada no Brasil.
A capacidade total de produção do FPSO Frade é de 100 mil barris/dia. O ativo também contará com comercialização de gás natural. Os novos campos devem produzir 40 mil barris/dia. Em cinco anos, a produção deve alcançar 69 milhões de barris.
Investimento e royalties
O investimento é de quase R$ 5 bilhões. No fato relevante, a Prio estimou que o 1º óleo deve ser produzido entre março e abril de 2026.
A expectativa é de que o projeto resulte em mais de R$ 4 bilhões em royalties ao longo de sua vida útil.
Fontes: Prio e pesquisa AT.
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