Casagrande cobra realização de obra em ferrovia
Pedido é que contorno de Belo Horizonte seja obrigatório para renovar concessão da FCA. Construção, diz, é necessária para o ES

Sem concordar com a proposta final de renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) até 2056, o governador Renato Casagrande vai pedir a inclusão da obrigatoriedade de uma obra – considerada estratégica para o Estado.
A insatisfação de Casagrande com a proposta enviada pelo Ministério dos Transportes à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) é que o contorno ferroviário de Belo Horizonte entrou nas exigências do novo contrato apenas como obra a ser executada mediante gatilho de demanda.
Nesse caso, ela só seria feita quando for alcançado determinado volume de cargas, no futuro. Segundo Casagrande, em entrevista à CNN na última segunda-feira, essa demanda já existe.
Isso porque a movimentação ferroviária em Minas Gerais impacta diretamente no transporte de cargas em direção aos portos capixabas.
Na ocasião, Casagrande salientou os investimentos portuários em andamento no Estado, a exemplo do novo porto da Imetame, em Aracruz; e o Porto Central, em Presidente Kennedy, no Sul.
Além de conversas para debater o tema com representantes do governo federal, o governador ainda quer levar o pedido de inclusão obrigatória do contorno ferroviário — independentemente da demanda — ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A ANTT disse recentemente que deve concluir, até o fim de outubro, a análise da proposta final de renovação da FCA. Com o aval da agência, o processo seguiria para análise do TCU.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, enfatizou que a entidade tem defendido propostas que integrem o Estado ao interior do País, ampliando o escoamento de cargas e as oportunidades de negócios.
“Entre essas propostas está o contorno ferroviário de Belo Horizonte, fundamental para dar fluidez ao Corredor Centro-Leste e beneficiar diretamente o Espírito Santo. Entretanto, o projeto foi incluído apenas como obrigação futura na renovação da concessão da FCA, sem prazos definidos”.
E completou: “Precisamos que o governo federal se posicione a favor do Espírito Santo”.
Velocidade em Minas afeta o Estado
Ferrovia Centro-Atlântica
Conhecida como FCA, a ferrovia – administrada pela VLI Logística – tem a malha ferroviária com maior em extensão do País, abrangendo 7.856 quilômetros.
Ela conecta Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e o Distrito Federal.
Renovação antecipada
Está em debate a renovação antecipada do contrato da FCA, que venceria em 2026, e pode ser prorrogado por mais 30 anos, até 2056.
O processo, conduzido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), prevê investimentos de cerca de R$ 30 bilhões.
Segundo a proposta em análise, cerca de 3.082 quilômetros de trechos inativos (incluindo no Espírito Santo) serão devolvidos ao governo federal.
Já os 5.725 quilômetros em operação devem receber aportes bilionários em modernização, segurança e expansão da capacidade. Só Minas Gerais, estado mais impactado pela malha, deve concentrar R$ 12 bilhões dos investimentos.
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