'Dor vai ser para sempre', diz namorada de jovem morto em acidente na Segunda Ponte
Depoimento foi dado por Tayane Simões, que participou do protesto realizado em Vitória pela morte do motoboy Fellype Gabriel

A professora Tayane de Jesus Simões, 26 anos, participou nessa terça-feira (16), do protesto pela morte do namorado, o estudante de Tecnologia da Informação e motoboy Fellype Gabriel Tofani Brito, de 20 anos. “Essa dor vai ser para sempre”, disse a jovem.
Ela, que mora em Feira de Santana, na Bahia, disse em entrevista à repórter Manoela Machado, da TV Tribuna/Band, que ligou para o celular do jovem, e ficou surpresa quando outra pessoa atendeu e informou que ele tinha sofrido um acidente.
O jovem morreu às 23 horas de sexta-feira (12), após um carro invadir a Segunda Ponte na contramão e colidir de frente com a moto que Fellype pilotava. O acidente ocorreu próximo à entrada de Jardim América, em Cariacica.
Fellype foi arremessado da ponte, de uma altura de 20 metros. De acordo com a Polícia Militar, com a força do impacto, um incêndio teve início e os dois veículos foram carbonizados. O condutor do carro fugiu do local.
Informações preliminares apuradas pela corporação apontam que o carro trafegava pela contramão no sentido Vitória, enquanto Fellype seguia em sua mão normal.
Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu cerca de duas horas depois, à 1h30 de sábado. O jovem foi enterrado no domingo, em meio à comoção e revolta de familiares e amigos, que pediram por justiça.
Nessa terça, os manifestantes se reuniram em frente ao Palácio Anchieta no centro de Vitória. No local, o organizador do protesto, conhecido como Ceará Motoboy, disse que o objetivo do protesto era pedir justiça pela morte de Fellype e para que o motorista do veículo que invadiu a contramão se apresente à polícia.
O organizador ainda disse que caso o motorista não se apresente à polícia, um novo protesto deve ocorrer na sexta-feira.
Para a reportagem de A Tribuna, Tayane afirmou que o protesto é por Gabriel, como chamava o namorado, e por todas as vítimas da imprudência no trânsito.
“Existem leis e essas mortes não devem acontecer. O que mais dói é que o motorista deixou ele lá e fugiu. Isso é muito desumano”, afirmou a professora.
“Ele morreu com nossa aliança de namoro”, desabafa Tayane Simões
A Tribuna — Como você e o Fellype Gabriel se conheceram?
Tayane de Jesus Simões — Moro em Feira de Santana, na Bahia, e tenho uma tia que mora no Estado. Eu vim para um evento de música gospel, em janeiro. Conheci ele como amigo, mas ele me pediu em namoro, há 9 meses. O Gabriel chegou a ir me ver duas vezes e pretendia retornar para minha cidade, no dia 10 de outubro.
Como seu namorado era?
O Gabriel era muito brincalhão. Era sonhador. Tinha o sonho de se formar e ser policial federal. Era um homem muito temente a Deus.
Tinham planos de casar?
Sim, em 2027, quando ele terminasse a faculdade. Uma de nossas metas era começar a juntar dinheiro para isso.
O que espera que aconteça com o motorista que fugiu?
O motorista precisa ser punido. O Gabriel não tem que morrer à toa. Ele morreu com nossa aliança de namoro no dedo, que depois me entregaram toda amassada. Eu agradeço à pessoa que não conhecia o Gabriel, mas atendeu quando liguei para o telefone dele e já tinha chamado o socorro. Não consegui mais falar com essa pessoa, mas ela foi enviada por Deus.
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