ES registra crescimento de 1,9% na economia no primeiro semestre de 2025
Projeção é de que Espírito Santo encerre o ano com alta de 3,1% segundo a Findes. Caso se confirme, será o terceiro crescimento anual consecutivo

O Espírito Santo registrou crescimento de 1,9% na economia durante o primeiro semestre de 2025, segundo dados da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), divulgados nesta terça-feira (16). De acordo com o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), este é o quinto ano consecutivo em que o Estado apresenta resultado positivo no período.
A projeção é de que o Espírito Santo encerre o ano com alta de 3,1%. Caso se confirme, será o terceiro crescimento anual consecutivo da atividade econômica estadual.
Os três setores da economia capixaba registraram crescimento: agropecuária (+11,1%), indústria (+1,7%) e serviços (+1,4%).
Na indústria, o destaque foi a atividade extrativa, com avanço de 3,4%. Também apresentaram crescimento energia e saneamento (+2,6%) e a indústria de transformação (+0,3%).
O setor de serviços, por sua vez, foi puxado principalmente pelas “demais atividades” (+1,6%), seguidas pelo comércio (+1,0%) e pelo transporte (+0,2%).
Já a agropecuária teve crescimento expressivo, sobretudo na agricultura (+11,1%), influenciada por culturas como café, cana-de-açúcar, milho, arroz, banana, tomate e coco-da-baía. A pecuária também registrou alta de 2,7%, impulsionada pela produção de bovinos, aves e ovos.
Fatores determinantes
Segundo o presidente da Findes, Paulo Baraona, o bom desempenho está ligado ao avanço da pelotização de minério de ferro e à maior demanda por produtos siderúrgicos.
“Tivemos um primeiro semestre de bons resultados na pelotização de minério de ferro. A Samarco está em fase de expansão da capacidade produtiva, devido à retomada das atividades desde 2020, e vem produzindo mais. Também tivemos o crescimento na metalurgia, impulsionado pelo aumento da demanda por produtos siderúrgicos no mercado interno, como consequência da expansão de segmentos industriais que o utilizam como insumos”, explicou.
Desafios econômicos
Apesar do crescimento, o cenário apresenta desafios. O IAE-Findes aponta que o mercado de trabalho se manteve aquecido, mas a inflação persistente e os juros elevados limitaram o poder de compra das famílias.
“A valorização parcial da taxa de câmbio trouxe algum alívio, mas os efeitos defasados da desvalorização do ano anterior continuaram a pressionar os preços domésticos. Assim, o semestre combinou sinais de resiliência na atividade econômica com desafios advindos do ambiente externo e do efeito persistente dos juros altos, que seguem pesando sobre a economia”, avaliou a economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva.
O período também foi marcado pelo aumento das incertezas globais, que impactaram diretamente os preços das commodities.
As exportações capixabas registraram queda de 8,9% em valor, em comparação ao mesmo semestre de 2024. Em quantidade, o recuo foi de apenas 0,9%. Entre os principais produtos exportados pelo Estado, houve queda nas vendas de pelotas de minério de ferro (-15,9%), ferro e aço (-19,2%), petróleo (-10,7%) e celulose (-3,7%).
Ainda assim, a projeção do Observatório Findes é de crescimento da atividade econômica ao longo de 2025, com avanço em todos os setores: indústria, agropecuária e serviços.
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