Meta no Estado é chegar a mil startups até 2029
30% dessas startups estariam voltadas para a área de tecnologia

A meta no Espírito Santo, até 2029, é atingir a instalação de mil startups em território capixaba, sendo 30% voltadas para a área de tecnologia. É o que afirmou o secretário da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação, Bruno Lamas.
Ele explicou que um dos enfoques para atingir esse objetivo é a organização jurídica, que atrai empresas, citando como exemplo o caso de uma companhia do Rio Grande do Sul que o procurou para alocar uma área de 15 mil metros quadrados na Serra.
Embora toda startup seja uma empresa, nem toda empresa é uma startup. Isso porque o termo é designado a organizações criadas para buscar um modelo de negócio escalável e repetível, normalmente inovador.
O enfoque está na experimentação, inovação e crescimento acelerável, dependendo frequentemente de investidores externos. Em resumo, a startup é uma “fase”, um “laboratório” que pode, em alguns casos, vir a se tornar uma empresa no sentido tradicional.
O secretário ressaltou que a primeira incubadora de startups do Estado foi a TechVitória, de onde nasceu o Picpay.
“O Ifes também tem 18 incubadoras, por exemplo. Tudo o que fazemos na Região Metropolitana também fazemos no interior, porque a inovação não deve ser elitizada. Deve ser popularizada”.
Para o CTO da Intelliway, Hugo Frauches, o governo estadual tem feito um trabalho positivo na aceleração dessas startups, por meio de programas como o Tecnova e o Findeslab.
“Esse movimento indica que há iniciativas emergentes no setor tecnológico no Estado, que devem manter o mercado aquecido”.
Formação
Lamas também destacou a necessidade de investir na formação de profissionais de tecnologia.
“Nenhuma empresa viria para um estado desorganizado e sem talentos. Nós ofertamos mil bolsas gratuitas para cursos de graduação no Programa Nossa Bolsa, sendo 30% do total destinadas para engenharia e tecnologia”.
Superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES, Geferson Santos disse que tanto o Sesi quanto o Senai oferecem uma educação tecnológica acompanhando as tendências de mercado e as necessidades do setor.
“O Sesi, como instituição de educação básica, adota uma metodologia que engloba tecnologia e engenharia, para além das ciências, artes e matemática, que dissemina e desperta nas crianças e adolescentes o interesse pelas áreas tecnológicas”.
Ele acrescentou que está sendo construída uma nova unidade no Porto de Vitória do Senai, voltada para profissionais da área de TI.
Biotecnologia
Após 25 anos no mercado corporativo, Alexandre Bremenkamp Ferreira Saraiva, de 43 anos, decidiu criar sua primeira startup, no ano passado. Neste ano, ele deixou a startup que fundou para criar uma nova: a Greenes Energias e Biotecnologia, uma consultoria de energias renováveis.
“É como um 'Tinder da Energia'. Neste primeiro ano de trabalho, identifiquei a necessidade de aprofundar o tratamento de resíduos e circularidade. Algumas empresas demonstraram interesse em aproveitar algum tipo de resíduo, que é gerado na operação deles para um processo de transição energética”.
IA que controla drone

Fundador da Siad Fou, Evaldo Ferreira conta que, em 2023, a Findes e o Sebrae lançaram um desafio para solucionar um problema da Prefeitura de Colatina, que era a fiscalização de obras urbanas. Sua ideia foi a vencedora e, desde então, está desenvolvendo o projeto, que vai se tornar realidade ainda neste ano.
“O município não tem fiscal suficiente para todas as obras, o que impacta na arrecadação da cidade. Criamos e treinamos uma IA que identifica objetos como britas, areias e caçambas, e ela irá controlar um drone, que tirará fotos em alta resolução quando identificar esses objetos. Essas fotos são inseridas no sistema de um aplicativo com geolocalização, que será utilizado pelos fiscais para analisar as obras sem precisarem sair do escritório”, explicou Evaldo, que aparece na foto ao lado de Matheus Ferreira.
Edital para vencer desafios com ideias
Para solucionar desafios de base tecnológica no governo estadual, a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) está preparando o lançamento do StartupES, um programa de inovação que permitirá a contratação de startups por meio de editais que serão publicados em um portal.
Conforme explica a gerente de inovação na gestão da Seger, Nara Caliman, essa modalidade de licitação é nova e oriunda de uma lei federal de 2021, e se trata de um modelo ainda pouco utilizado pelos estados. O objetivo é gerar maior agilidade em soluções diferenciadas e customizadas, além de permitir que as empresas possam testar suas soluções utilizando dados reais e ambientes reais.
“A gente coloca o desafio, que é o problema, e os resultados esperados que a solução deve trazer. As propostas virão com seus próprios formatos de soluções tecnológicas. Ao final do teste, com todas as métricas, o governo avalia se a solução atende ao problema e pode optar se contrata ou não”, explica a gerente.
A modelagem para o programa vem sendo construída desde 2021, e ainda está em fase final de elaboração, sem dada exata de lançamento.
A gerente adiantou que serão 11 desafios de nove órgãos estaduais, que ainda não podem ter seus nomes divulgados. O edital permitirá a participação de empresas de todo o País.
“Chegamos a fazer algo semelhante antes da lei federal surgir, pelo Pitchgov, mas ainda não havia segurança jurídica para contratações. O objetivo é que a gente possa, por meio dessa primeira experiência, disseminar isso aos órgãos do governo estadual, para que haja autonomia e eles não dependam só da Seger para realizar esse tipo de iniciativa”.
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