Revolução no mercado de trabalho com 12.529 empresas de tecnologia
Somente neste ano, 1.146 novas empresas do setor foram abertas no Estado, ampliando a demanda por profissionais em áreas como TI e análise de dados

Desde 2022, o número de empresas do ramo de tecnologia abertas no Estado segue em ritmo crescente, e 2025 caminha para alcançar um novo recorde.
No total, são 12.529 empresas do setor ativas no Estado, sendo que, desde 2016, foram abertas 10.742. Essa multiplicação tem revolucionado o mercado de trabalho e também o mundo dos negócios.
Conforme dados da Junta Comercial do Espírito Santo, de janeiro a agosto deste ano foram abertas 1.146 empresas, número que supera o mesmo período no ano passado, quando haviam sido abertas 985.
“O crescimento expressivo do número de empresas de tecnologia no Espírito Santo reflete um movimento estratégico de transformação da economia capixaba”, explica o gerente de Inovação e Tecnologia da Findes, Iramir Pinheiro.
Segundo Pinheiro, a indústria local tem se beneficiado diretamente desse avanço, com impactos que vão desde a digitalização de processos produtivos até o desenvolvimento de soluções inovadoras em automação, Inteligência Artificial (IA) e análise de dados.
Thiago Molino, CEO da Globalsys, explica que no Estado há um ambiente de apoio ao crescimento de empresas de tecnologia, que acabam por contribuir para a transformação de outras empresas.
“As empresas de tecnologia acabam por estar mais presentes na jornada de qualquer empresa. Elas contribuem, em muito, para a evolução da indústria local”.
O cenário também significa multiplicação de vagas de emprego. A gestora de inovação do Sebrae-ES, Isabella Calmon, observa que o crescimento do setor tem redefinido o mercado de trabalho, provocando uma demanda crescente por profissionais com habilidades específicas e atualizadas.
Segundo ela, a automação, a IA, a robótica e a internet das coisas estão transformando a natureza de muitos empregos, exigindo que os trabalhadores desenvolvam novas competências.
“Há uma significativa escassez de profissionais qualificados, que é um gargalo que precisa ser superado por meio de programas de capacitação contínuos, parcerias entre o setor público e privado, e a adaptação dos currículos educacionais às novas realidades tecnológicas”.
A escassez citada por Isabella se comprova no Relatório de Perspectivas Mercado de Trabalho do Macrossetor TIC, que mostra que, mesmo com o crescimento de oportunidades, o setor ainda apresenta déficit de 30% de profissionais.
O “boom” do setor
Suporte e manutenção lideram em novos negócios
Ritmo de recorde
1.146 empresas do ramo de tecnologia foram abertas no Espírito Santo até o último mês de agosto, segundo dados da Junta Comercial do Espírito Santo.
Caso mantenha o ritmo, 2025 poderá superar 2024 e se tornar o ano com maior abertura de empresas do ramo de tecnologia.
Para se ter uma noção, o saldo até agosto deste ano já supera o do ano passado no mesmo período de tempo, quando haviam sido abertas 985 empresas.
Julho é o mês de aberturas
174 empresas abertas
O mês dos últimos dois anos que teve o maior número de empresas abertas do setor foi julho deste ano.
Subsetores
O subsetor com mais empresas abertas neste ano foi o de suporte técnico, manutenção e outros servidores de tecnologia da informação, com 570, seguido do de consultoria e tecnologia da informação, com 501, e portais, provedores de conteúdo e outros servidores de informação da internet, com 431.
Na sequência, aparecem desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, com 426 empresas; desenvolvimento de licenciamento de programas de computador customizáveis, com 413 empresas; desenvolvimento de licenciamento de programas de computador não-customizáveis, com 315 empresas; tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet, com 294 empresas; e web design, com 175.
Crescimento nacional
O crescimento é resultado da alta demanda por infraestrutura digital e pela consolidação dos ambientes híbridos, que integram nuvem e data centers, atraindo bilhões de dólares em investimentos.
13% é quanto o setor de tecnologia, no Brasil, deve avançar em 2025, superando os Estados Unidos, segundo o IDC.
Premiação na Inglaterra

O cientista de dados Ronaldo Cohin (foto) conta que, por conta do filho, começou a pesquisar sobre a parte educacional das crianças autistas. Ao perceber que cada profissional tinha uma opinião e que faltava uma metrificação, idealizou, ao lado de sua sócia – a neuropsicóloga Joice Andrade –, um protótipo sobre o assunto.
“Ganhamos uma premiação na USP e, a partir daí, começamos a receber investimento. Hoje, já atendemos 185 mil crianças de diversos países, incluindo a rede pública de Vitória e de Lisboa (Portugal). Neste ano, vencemos uma premiação na Inglaterra e estamos disputando uma outra no mesmo país, cujo resultado deve ser divulgado em novembro”.
Perspectivas
O mercado de Tecnologia da Informação no Brasil segue em expansão. Mas, para atender à crescente demanda por profissionais qualificados, será necessário:
Aumento da oferta de cursos técnicos e superiores em tecnologia;
Programas de capacitação voltados para mulheres e grupos sub-representados;
Maior alinhamento entre empresas e instituições de ensino para formação profissional direcionada;
Incentivo à inovação em polos estratégicos,
Estado vai precisar de mais 70 mil profissionais
O Estado vai precisar qualificar ou requalificar entre 55 mil e 70 mil profissionais do ramo de tecnologia nos próximos anos, segundo o gerente de Inovação e Tecnologia da Findes, Iramir Pinheiro.
Atualmente, já há uma demanda por 8.908 profissionais formados no setor, segundo o superintendente do Sesi-ES e diretor do Senai-ES, Geferson Santos.
Pinheiro explicou que o número pode variar conforme o ritmo de crescimento das empresas locais, a adoção de tecnologias emergentes pela indústria e os investimentos em educação técnica e superior no Estado.
Para o gerente de projetos da UpCities, Yan Teixeira, falta a algumas empresas focar em formações práticas e instituir programas de desenvolvimento individual.
Saiba mais
Muitas vagas, mas há escassez de mão de obra
O mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil segue em forte crescimento, e pode gerar entre 30 mil e 147 mil novos empregos formais até o final de 2025.
Os dados são do Relatório de Perspectivas do Mercado de Trabalho do Macrossetor TIC, publicado pela Brasscom.
O relatório da Brasscom revelou um descasamento preocupante entre a demanda e a oferta de profissionais qualificados no setor de tecnologia.
De 2019 a 2024, foram necessárias 665.403 novas contratações, mas apenas 464.569 profissionais foram formados entre 2018 e 2023, resultando em um déficit de 30,2%.
Segundo o Mapa do Trabalho Industrial elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da CNI, o Espírito Santo precisará qualificar 279,7 mil profissionais até 2027.
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