Lipedema: doença pode dar os primeiros sinais na adolescência
Adolescência e lipedema: diagnóstico precoce é essencial para saúde física e emocional
Momento desafiador na vida do ser humano, a adolescência é marcada pela puberdade, que desencadeia transformações impactantes, tanto na aparência quanto na forma de se relacionar consigo e com os outros.
É também nessa fase turbulenta de grandes mudanças hormonais que pode iniciar um problema de saúde que afeta especialmente a população feminina: o lipedema. Conhecida como síndrome da gordura dolorosa, essa enfermidade crônica é caracterizada pelo acúmulo desproporcional de tecido adiposo em algumas partes do corpo, como pernas, quadris, coxas e braços.
Por estar relacionada a alterações hormonais, pode ocorrer em períodos de flutuações hormonais, como a puberdade. Por isso, é comum que a condição comece a se manifestar na adolescência.
A doença, por si só, já é de difícil diagnóstico. Isso porque, devido ao acúmulo de gordura, é frequentemente associada à obesidade. E como a adolescência é um período de transformações, a patologia pode ser facilmente ignorada ou confundida com outras condições.
Sem um diagnóstico adequado, o problema avança progressivamente trazendo prejuízos para a saúde física e psicológica. Apenas exercícios e dietas convencionais não dão conta de controlar o acúmulo de gordura causada pela condição. E assim, os esforços não trazem os resultados desejados, trazendo frustrações e afetando seriamente a saúde emocional das pacientes.
No universo dos adolescentes, esse quadro é agravado pelas complexidades próprias dessa fase inquietante, marcada por distúrbios na autoestima, necessidade de ser aceito e culpa por não conseguir alcançar a aparência desejada. Muitos ainda enfrentam julgamentos por “não fecharem a boca” ou “não se cuidarem o bastante”.
Assim, é importante que pais de meninas adolescentes fiquem atentos para manifestações que podem sinalizar o lipedema. É necessário investigar o ganho de peso dessa adolescente, principalmente quando ocorre de forma desproporcional, ou seja, pernas muito grossas e o resto do corpo sem maiores alterações, por exemplo. É fundamental dar atenção a queixas, como dores nas pernas (ou outros membros afetados pelo excesso de gordura), hematomas, fadiga, cansaço excessivo. E como a condição pode ter origem genética, vale investigar se outras mulheres da família não apresentam os mesmos sintomas e características corporais.
A patologia ainda não tem uma cura definitiva, mas o diagnóstico precoce permite tratamento eficaz e uma vida mais saudável para as pacientes, por meio de terapias associadas que incluem dieta anti-inflamatória, acompanhamento com endocrinologista, fisioterapeuta, além de exercícios físicos específicos para tratar a doença. Em alguns casos, a cirurgia plástica também se faz necessária, especialmente se o tratamento conservador não traz os resultados desejados.
Descobrir o lipedema ainda na adolescência permite que o gerenciamento da doença traga resultados positivos e uma rotina de cuidados que farão toda a diferença, seja na autoestima, na aparência e na saúde em geral.
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