Moradores de Vila Velha resistem à reintegração de posse
Reintegração de posse em Vila Velha mobiliza polícia e deixa famílias em situação de vulnerabilidade

Algumas famílias que ocupavam as comunidades de Vila Esperança e Vale da Conquista, localizadas entre os bairros Jabaeté e Normília da Cunha, na Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, atearam fogo em casas construídas na área para impedir que fossem demolidas durante a reintegração de posse de posse determinada pela Justiça na manhã da última terça-feira (9).
Equipes do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar (PM), viaturas da corporação e um helicóptero cercaram a região para cumprir a decisão judicial que determina a desocupação do terreno, alvo de disputa desde 2019.
O advogado Robson Lucas, que acompanha parte das famílias de forma gratuita, afirmou que a ocupação começou em 2016, em uma área abandonada, e que o processo judicial passou por diferentes gestões municipais.
“A situação hoje, infelizmente, é desesperadora. São centenas de casas, muitas famílias totalmente vulneráveis, mães solo, idosos e cadeirantes. Estamos falando de quase 800 famílias, mais de duas mil pessoas, entre Vila Esperança e Vale da Conquista”, relatou.
Segundo ele, embora tenha sido oferecido um auxílio extraordinário de R$ 2.222 em primeira parcela, e uma segunda parcela de 1.400, o valor ainda não atende às necessidades das quase mil famílias afetadas.
De acordo com a prefeitura, o pagamento do auxílio extraordinário tem sido organizado pelo Estado, pelo município e pela dona do terreno onde as famílias vivem.
O custo estimado é de aproximadamente R$ 1,8 milhão. Desse total, R$ 1,3 milhão virão do Estado; R$ 300 mil da empresa e R$ 222.220 da prefeitura. Dividido, o valor chegaria a cerca de R$ 3.622,00 por família.
Letícia Goldner, secretária de Assistência Social de Vila Velha, conta que em 2022 eram 690 famílias no local. “No entanto, 192 não residiam de fato na ocupação, porque tinham imóvel em outros territórios. Outras também apresentavam perfil socioeconômico não vulnerável”.
Segundo ela, são 135 famílias em vulnerabilidade que terão direito a um benefício definido em acordo judicial.
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