Estudante capixaba em missão internacional na Nasa
Barbara Martinelli, de 17 anos, participa de projeto científico que enviou sementes ao espaço por meio de balões atmosféricos

Ideias do tamanho de sementes estão dando oportunidades para estudantes de todo o mundo. Foi assim que a capixaba Barbara Rezende Martinelli, de 17 anos, teve um projeto científico aprovado e lançado pela Agência Espacial Americana (Nasa).
O experimento, intitulado “STEAM” consistiu no envio de sementes ao espaço por meio de balões atmosféricos de grande altitude para analisar os efeitos da radiação solar sobre o processo de germinação e crescimento das plantas, explicou o professor Luiz Gustavo Gomes, que orientou a estudante na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Irmã Maria Horta, em Vitória.
“O balão foi preenchido com um milhão de metros cúbicos de gás e lançado até atingir uma altitude de 37 quilômetros, ficando lá por cinco horas. Quando as sementes retornarem para Vitória, a Barbara vai plantá-las, fazer o cronograma de crescimento da planta, e, por fim, enviar relatório para a Nasa”, explicou o professor.
Barbara representou o Brasil ao lado de uma estudante do Paraná e desenvolveu o projeto com outros adolescentes dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Filipinas, Libéria e Gana.
O professor Luiz Gustavo, responsável pelo atendimento educacional especializado em altas habilidades/superdotação na escola Irmã Maria Horta, estimulou Barbara para participar do projeto após identificar o alto rendimento da aluna.
“O desempenho dela foi ótimo, a Barbara é muito dedicada. Eu identifiquei que ela tem um potencial incrível, e a estimulei a participar da Inovation International, organização que auxilia estudantes do mundo todo. Ela foi aprovada na equipe, e o projeto desenvolvido em grupo foi aprovado pela Nasa, entre milhões de inscritos”.
O lançamento do balão foi realizado no dia 21 de agosto, e a estudante conta que já está ansiosa para analisar as sementes.
“Quando chegarem, vou estudar a germinação e o desenvolvimento das plantas. Foi muito legal desenvolver o projeto, todo mundo teve tempo e oportunidade para expressar ideias e opiniões. Essa experiência me fez conhecer temas que eu nunca tinha visto antes, como a germinação de sementes”.
“Às vezes, só precisamos de apoio”
A Tribuna — O que sentiu ao participar de um projeto selecionado pela Nasa?
Barbara Rezende — Fiquei muito feliz! Entre tantos projetos, participar do que foi escolhido foi incrível. Ver que tenho voz, que posso mostrar minhas ideias com apoio de uma instituição tão grande é muito bom.
Qual foi a reação da família e amigos?
Todos os meus parentes me mandaram mensagem, ficaram muito felizes. Meus amigos ficaram curiosos, foi divertido ver a reação deles quando eu contei que a Nasa me selecionou.
Como foram as reuniões?
Sempre pelo Google Meets e, normalmente, aos sábados à noite. Era o momento compatível com o fuso horário dos estudantes de outros países. Às vezes, eu falava em português, às vezes em inglês, mas tínhamos sempre um tradutor conosco para fazer a comunicação.
De onde surgiu a ideia?
Em conjunto. O pontapé foi a curiosidade sobre como alimentos ficariam em condições não naturais, no caso de algum evento não esperado acometer o planeta, como o aumento do nível de radiação solar por exemplo. E as sementes precisaram ser de plantas alimentícias para compor o caso.
Pretende seguir estudando para projetos semelhantes?
Eu gosto muito da área de exatas, mas não exatamente de foguetes. Penso em fazer faculdade de Química, Biologia ou até Arquitetura e Artes Visuais, porque também gosto de artes.
Qual seu conselho para estudantes que sonham em participar de projetos como o seu?
Expressem suas ideias sempre, busquem oportunidades e procurem projetos para desenvolver. Às vezes, pensamos que nossa ideia não vai dar certo, quando na verdade, só precisamos de apoio.
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