Festa em hospital após alta de bebê que nasceu com 930 gramas
A pequena Aurora veio ao mundo no dia 26 de maio, com quadro de prematuridade extrema, mas após três meses de tratamento foi liberada
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O nascimento da pequena Aurora vai ficar na memória não só da mãe, Jéssica Santos, mas também de toda a equipe do Hospital Geral Dr. Luiz Buaiz, em Guarapari. Internada com diagnóstico de aborto após um descolamento de placenta, a mãe, de 25 anos, descobriu que sua filha ainda estava viva.
A surpresa, então, deu lugar à esperança e a uma luta de 28 dias para que a bebê nascesse saudável.
“A gravidez foi bastante complicada, com vários episódios de sangramento. Com 20 semanas, minha bolsa estourou, continuei internada e deram 72 horas para ver se iria começar o trabalho de parto, que não iniciou. Então, entraram com um tratamento com medicações até 27 semanas, quando tive uma infecção e foi necessário um parto de emergência”, conta Jéssica.
Aurora nasceu no dia 26 de maio, por meio de uma cesariana e com quadro de prematuridade extrema, pesando 930 gramas. A bebê precisou de intubação logo após o nascimento, além de acompanhamento intensivo, fisioterapia e outros procedimentos delicados, que garantiram sua sobrevivência e evolução.
Na segunda semana de vida, ela chegou a pesar 810 gramas. Cada grama conquistado foi comemorado pela família e pela equipe do hospital.
“Os primeiros dias foram cruciais para o desenvolvimento do tratamento. Aurora recebeu antibióticos e o tratamento foi ajustado conforme sua resposta. Após um período, foi possível extubá-la e, posteriormente, foi mantida em suporte respiratório, até que pudesse ser transferida para um local com ar ambiente”, explica a enfermeira coordenadora da Unidade de Terapia Infantil Neonatal (Utin), Ana Paula Diniz.
O tratamento durou três meses e o resultado foi uma conquista compartilhada por toda a equipe médica e de enfermagem. “É uma grande satisfação, especialmente diante das dificuldades enfrentadas pelos bebês prematuros”, complementa a enfermeira.
Na última quarta-feira (20), dia da alta, a equipe se despediu com festa pela vitória de Aurora.
“Estou muito orgulhosa do trabalho de toda a equipe. Entregar a paciente em condições de saúde perfeitas é muito gratificante e resultado de muito trabalho, além, é claro, da mão de Deus e do envolvimento da família, que foi fundamental no processo”, destacou a médica Ana Paula Oliveira.

“A Aurora venceu e está saudável”
A Tribuna — Como foi receber o diagnóstico de aborto e depois saber que sua filha estava viva?
Jéssica Santos — Eu tive um descolamento de placenta, diagnosticado seis semanas após a confirmação da gravidez. Depois, durante o acompanhamento no hospital, foi confirmado um diagnóstico de aborto.
Apesar disso, a gestação prosseguiu, com intercorrências. Muitos episódios de sangramento, que exigiram internação. A bolsa estourou com 20 semanas de gestação. Entraram com um tratamento com medicações até 27 semanas, quando tive uma infecção e foi necessário um parto de emergência.
Você ficou quase dois meses internada. O que passava pela sua cabeça nesse período?
Muita coisa passa pela cabeça nessas horas: será que vai dar certo? Será que eu vou conseguir segurar até um tempo em que, se ela chegar a nascer, vai conseguir sobreviver? E, logo quando ela nasceu, foi difícil ir para casa, porque eu fiz parto por cesariana. Eu não tive resguardo.
Eu tive de ir para casa, deixando ela aqui na situação que ela estava. O emocional fica um pouco abalado mesmo. Eu chorava todos os dias.
Só que o tempo foi passando, ela melhorou, a equipe me acolheu muito bem – tanto os médicos quanto os técnicos e enfermeiros – e foi me passando mais segurança, até que eu me senti mais tranquila.
E nos três meses de internação dela, como você se sentiu?
Depois que ela nasceu, só consegui visitá-la mais tarde, à noite, após liberação médica. Mas a Aurora teve um quadro de instabilidade na saturação de oxigênio, com risco de óbito.
Aí eu me apeguei a Deus, consegui subir e vê-la. Felizmente, após intervenção da equipe médica, a saturação estabilizou, manteve estável usando apenas 30% da máquina.
Foi uma longa jornada. A Aurora venceu e agora, após quase três meses de internação, ela está saudável e com alta.
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