‘Bandido não se cria’: operação prende suspeitos ligados ao Comando Vermelho no ES
São investigados indícios de envolvimento do grupo em assassinatos relacionados à disputa por territórios do tráfico
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Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-Norte) e a Polícia Civil realizou a prisão de dezenove suspeitos de envolvimento com a facção Comando Vermelho na cidade de Rio Bananal, no Norte do Espírito Santo, nessa segunda (11) e terça-feira (12).
De acordo com o Ministério Público (MPES), a ação, que é a segunda fase da Operação “Bandido Não Se Cria”, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que atua no tráfico e associação para o tráfico de drogas no município e região, além do uso de adolescentes para a prática de crimes.
Também são investigados indícios de envolvimento do grupo em assassinatos relacionados à disputa por territórios do tráfico. A investigação ocorre em sigilo.
"A operação começou na tarde de segunda-feira (11/08), com a prisão de seis pessoas em Rio Bananal. Nesta terça-feira (12/08), foram cumpridos mais 13 mandados de prisão temporária, totalizando 19 prisões, além de 14 mandados de busca e apreensão, também no município", explicou o MPES.
Entre os alvos da diligência, estão líderes e operadores da organização. Além disso, agentes buscam documentos, computadores, telefones celulares, mídias e outros materiais que possam contribuir para as investigações — além de drogas, armas e valores obtidos com a atividade criminosa.
"As investigações começaram após a prisão em flagrante, em junho de 2024, de um dos integrantes da organização, ocasião em que foi apreendido seu telefone celular. A análise pericial revelou trocas de mensagens que evidenciaram a existência de uma rede estruturada e hierarquizada dedicada ao tráfico de drogas, com conexões interestaduais envolvendo o Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia", explicou o Ministério Público.
Durante as apurações, também foi identificado um vídeo que mostra uma criança armada. As imagens foram gravadas em frente à residência atribuída a um dos integrantes do grupo, apontada como uma das principais bocas de fumo do município. De acordo com o MPES, o vídeo foi amplamente divulgado em redes sociais e possui "conteúdo de apologia ao tráfico, ostentação de bens, porte e posse de arma de fogo". O material serviu de fundamento para as medidas judiciais da operação.
O Ministério Público também solicitou à Justiça a apreensão de uma motocicleta utilizada por membros da organização para o transporte de drogas e dinheiro, além de servir como elemento de ostentação para atrair novos integrantes, inclusive menores de idade.
A primeira fase da Operação “Bandido Não Se Cria” foi deflagrada no dia 11 de junho deste ano.
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