Tarifas globais de Trump de 10% a 41% sobre exportações aos EUA entram em vigor
Para o Brasil, a tarifa é de 10%, mas o país foi alvo de uma taxa adicional de 40%, já em vigor
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As tarifas globais impostas pelo presidente americano Donald Trump, que variam de 10% a 41% sobre dezenas de países, entraram em vigor na madrugada desta quinta-feira (7).
As sobretaxas atingem 69 parceiros comerciais. Elas chegam a 41% para a Síria, 39% para a Suíça, 30% para a África do Sul e 15% para a Venezuela. Taiwan será taxado em 20%, e o Lesoto, que havia sido ameaçado com uma tarifa de 50%, ficou com 15%. Os outros países se mantêm com uma tarifa de 10%.
A Índia será alvo de uma tarifa de 25% a partir desta quinta, mas Trump determinou na quarta (6) uma taxa adicional de 25% sobre os produtos do país, em retaliação à compra de petróleo russo praticado pelo indianos. A nova tarifa, no entanto, só passa a valer daqui a 20 dias.
A presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, retornou de Washington nesta quarta-feira (6) depois de fracassar em uma tentativa de última hora de evitar algumas das tarifas mais severas impostas por Trump. Taiwan, um exportador crucial de chips, também não conseguiu reduzir sua alíquota.
"Estamos em um novo mundo. Mesmo para os especialistas em comércio, a complexidade disso tudo é absurda", afirmou Chad Bown, pesquisador sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional.
Para o Brasil, a tarifa é de 10%, mas o país foi alvo de uma taxa adicional de 40%, já em vigor, elevando o valor total da sobretaxa para 50%, a maior até o momento. O país, no entanto, se beneficiou de uma isenção para cerca de 700 produtos exportados aos EUA.
Às vésperas da entrada em vigor das tarifas, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 3,71 bilhões em julho. O montante representa um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Cresceram as vendas tanto de produtos que acabaram entrando na lista de exceções previstas na ordem executiva assinada por Trump, como componentes de aviação civil e suco de laranja, quanto de itens que acabaram taxados, como café e carne.
As novas tarifas retomam o chamado "Dia da Libertação", em 2 de abril, quando Trump anunciou pela primeira vez o tarifaço sobre dezenas de países. A reação negativa na ocasião fez o presidente americano suspendê-las na semana seguinte, impondo no lugar uma cobrança temporária de 10% enquanto buscava acordos com os países alvo.
A China, que ficou de fora da lista, enfrenta um prazo até 12 de agosto para chegar a um acordo tarifário com o governo de Trump, depois que Pequim e Washington chegaram a acordos preliminares em maio e junho para encerrar a escalada de tarifas recíprocas e o corte de minerais de terras raras.
Atualmente, os produtos chineses recebem 30% de taxas para entrar nos EUA, enquanto os norte-americanos têm cobrança de 10% para entrar na China.
Se não houver acordo até 12 de agosto, os dois países devem retomar as cobranças originais de 145% e 125%, respectivamente.
A consultoria independente Pantheon Macroeconomics afirmou na terça-feira que os Estados Unidos arrecadaram cerca de US$ 30 bilhões (R$ 164 bilhões) em tarifas alfandegárias e impostos especiais em julho, acima da média mensal de US$ 8 bilhões (R$ 44 bilhões) registrada em 2024.
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