Polícia Civil participa da Campanha de Coleta de DNA de Familiares de Desaparecidos
A ação tem como objetivo incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doarem material genético para auxiliar na busca dos desaparecidos
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Nesta terça-feira o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou a edição de 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A ação tem como objetivo incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doarem material genético, que será comparado com perfis armazenados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) e a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) participam da ação de lançamento. O cruzamento de informações com pessoas falecidas ou com pessoas vivas com identidade desconhecida poderá permitir a identificação de desaparecidos e colaborar com a resolução de casos.
O perito oficial geral da PCIES, Carlos Alberto Dal-cin, detalhou como é feito o trabalho para encontrar uma pessoa desaparecida.
"Nós estamos indo a hospitais, clínicas assistenciais de pessoas não identificadas. Estamos trabalhando primeiramente coletando das digitais para fazer a comparação e, caso não haja identificação da pessoa, fazemos a coleta de material biológico para inserir no banco de dados", declarou.
Dal-cin explicou também que as chances que levam o cruzamento a ser bem sucedido. "Essa é uma nova ferramenta para oferecer para a sociedade e para a justiça um retorno do que aconteceu com esse familiar. Temos um acervo no nosso banco de material genético que vai cruzar os dados, potencializando a possibilidade de encontrar esse ente desaparecido", concluiu.
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O recolhimento é feito através de um processo, onde uma espécie de cotonete recolhe no canto da boca da pessoa o material genético. Segundo a chefe do Laboratório de DNA Forense (LABDNA), perita oficial criminal Bianca Bortolini Merlo, atualmente são 509 cadastradas no banco de pessoas sem identificação, falecidas, oito de pessoas vivas e 292 famílias que buscam seus entes.
"Uma vez que a pessoa realiza a coleta, esses dados são cruzados em âmbito nacional toda semana. Nós já tivemos identificações de casos interestaduais, então há essa possibilidade também de encontrar a família mesmo que seja de outro estado", afirmou.
A perita oficial criminal Anna Cristina Montezano, chefe do Departamento de Promoção Social e Cidadania, relatou um caso onde duas pessoas, que estavam acolhidas em um abrigo municipal de Vitória.
"O primeiro caso foi um senhor, que chegou ao abrigo em 2002. Após sermos acionados, fizemos a coleta da papiloscopia e já tivemos o resultado e ele foi identificado. O outro caso é de uma senhora que estava desaparecida há 40 anos, mas só foi dar entrada no local ano passado. Mas depois que fizemos e a coleta de DNA, o resultado foi negativo. Foi necessário fazer um levantamento de dados e conseguimos localizá-los no município de Aracruz. Entramos em contato com a possível mãe dessa senhora, que doou o material genético voluntariamente e deu positivo", relatou.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas, delegado Luiz Gustavo Ximenes, não existe um prazo específico para registrar o boletim de ocorrência do desaparecimento da pessoa.
"Assim que a pessoa desaparecer, o familiar deve comparecer na delegacia mais próxima da residência ou na Delegacia de Pessoas Desaparecidas, registrar o Boletim de Ocorrência com o máximo de informações possíveis. Essas informações serão analisadas pela autoridade policial, que irá instaurar o inquérito. Posteriormente, com a localização da pessoa desaparecida, será dada a baixa no Boletim de Ocorrência", explicou.
De acordo com o delegado, a cada mês são feitas estatísticas pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas. "Em 2024 tivemos 85% de localização dessas pessoas que estavam desaparecidas. Nós enquanto delegacia respondemos pela Grande Vitória, mas auxiliamos também no interior do Estado. A estatística de 2025 vamos passar posteriormente", concluiu.
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