Tarifaço de Trump: empresários retomam negócios e descartam demissões
Após inclusão de produtos capixabas na lista de exceções dos EUA, exportações são retomadas e empregos preservados
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Depois do sufoco, o alívio para os setores que foram incluídos na lista das exceções pelo governo americano. Empresas capixabas começaram a retomar negócios com os Estados Unidos e descartam cenários que chegaram a ser considerados, como demissões.
No setor de rochas ornamentais, cerca de 1.300 contêineres tinham deixado de ser embarcados a partir do Espírito Santo e, ontem, começaram a ser despachados para os EUA, segundo Bruno Marques, diretor comercial da Speed Soluções em Comex.
“Desde a noite de ontem (quarta-feira), importadores americanos já estavam autorizando os embarques de quartzito que estavam suspensos. Acredito que nos próximos dias o volume de exportação aumentará consideravelmente, muitos pedidos de exportação foram autorizados a embarcar. A reaceleração está muito boa”.
Apesar da conquista com a inclusão do quartzito na lista das exceções, o presidente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas), Tales Machado, disse que a mobilização do setor continua na tentativa de incluir outras rochas naturais, como o granito e o mármore.
Hoje, na Embaixada do Brasil em Washington, será entregue uma carta conjunta à Natural Stone Institute (NSI) e à National Association of Home Builders (NAHB), solicitando apoio à inclusão de novos códigos tarifários, para que rochas naturais de origem brasileira também sejam contempladas.
“O setor está unido, agindo com responsabilidade, estratégia e diálogo”, reforçou Tales Machado.
O evento reunirá cerca de 20 participantes, incluindo representantes da indústria brasileira (e do Estado), membros da Embaixada e lideranças de importantes organizações dos EUA.
Pela percepção do secretário de Estado de Desenvolvimento, Rogério Salume, a inclusão de determinados produtos capixabas na lista de exceções representa um importante alívio para a economia capixaba.
Segundo ele, essa sinalização é positiva e contribui para preservar empregos, manter contratos ativos e dar previsibilidade a setores estratégicos.
“O governo do Espírito Santo atuou de forma técnica e articulada desde o primeiro momento, levantando dados com o setor produtivo e apresentando os impactos reais. Essa interlocução colaborou para que produtos relevantes para o nosso Estado – como minério de ferro, aço, algumas rochas e derivados de celulose – fossem poupados das novas tarifas”, finalizou.
Alguns produtos isentos
Aço e alumínio
Mesmo estando na lista de isenção, o aço vai pagar uma taxa de 50% ao ser exportado para os EUA, devido ao fato de os setores do aço e alumínio já terem recebido sobretaxas desde que Trump voltou à Casa Branca
Já no caso do alumínio, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), inclusive, calcula um prejuízo de R$ 1,15 bilhão por causa das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Segundo a associação, mesmo com a isenção da sobretaxa sobre a alumina, outros insumos importantes da cadeia produtiva seguem na lista de taxação.
A associação estima que 1/3 do setor ainda esteja sujeito à sobretaxa de 50%, o que tornará “inviável o acesso de vários produtos ao mercado americano”.
Rochas naturais
O quartzito, que representa 40% das exportações do setor de rochas naturais do Espírito Santo aos Estados Unidos, está na lista de exceções, o que foi motivo de celebração por parte do prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço. O setor de rochas é responsável por cerca de 6,5 mil empregos no município e há 600 empresas ativas na cidade, que é o maior polo do Brasil.
O produto teve valor exportado de US$ 404,124,786 no ano passado e representa 13,20% das exportações do Estado.
Além disso, representantes do setor, incluindo capixabas, estão nos Estados Unidos para negociar a inclusão de mármore e do granito na lista de exceções.
Celulose
É referenciada em dois momentos: na chamada “pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada”, cujo material teve valor exportado de US$ 557,784,475 no ano passado e representa 18,20% das exportações do Estado.
E na chamada “pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, crua”, cujo material teve valor exportado de US$ 1,759,269.00 no ano passado e representa 0,10% das exportações do Estado.
Minério de ferro
Chamado de “minérios de ferro aglomerados e seus concentrados”, o material teve valor exportado de US$ 386,695,573 no ano passado e representa 12,60 % das exportações do Estado.
Ferro Fundido
Teve valor exportado de US$ 44,921,980 no ano passado e representa 1,50 % das exportações do Estado.
Smartphones
Aparece com valor exportado de US$ 1,258,730.00. Sua participação percentual nas exportações capixabas é de menos de 0,1%.
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