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Olhares Cotidianos

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Colunista

Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária

Cuidado com os “sugadores”

Quando a relação vira peso: como identificar e se proteger de vínculos que só drenam a sua energia

Sátina Pimenta, colunista de A Tribuna | 31/07/2025, 12:22 h | Atualizado em 31/07/2025, 12:21

Imagem ilustrativa da imagem Cuidado com os “sugadores”
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Acervo Pessoal

Existem pessoas que realmente não se importam com você. Elas não estão ali para uma troca saudável, mas para sugar a sua energia. O mais perigoso é que esses sugadores não vêm com um aviso. Eles aparecem fantasiados de amizade, de amor familiar, de colegas de trabalho “prestativos”.

Na psicologia eles também são chamados de vampiros emocionais (Albert Bernstein) ou são ocupantes de relacionamentos parasitários.

Eles fazem perguntas como “Oi, tudo bem?” sem qualquer interesse na resposta. É apenas a senha para falarem de si mesmos ou pegarem algo que resolva seus próprios problemas. E, se você não percebe, se vê drenado, tentando manter um vínculo que nunca te alimenta.

É claro que nenhuma relação é matemática. Não existe um equilíbrio fixo de 50/50.

Pense nos personagens fictícios/reais Ana e João. Eles se casam acreditando que cada um oferecerá 50% de si todos os dias, mantendo a relação em 100%. Mas a vida real não funciona assim pois eles são indivíduos com demandas externas também.

Imagine que Ana está vivendo um período intenso no trabalho e só consegue oferecer 30% para a relação. Se João insistir em dar apenas 50%, eles terão apenas 80% de energia para sustentar o vínculo. No entanto, se João compreende e decide ofertar 70%, a relação volta ao equilíbrio. E, quando for a vez de João enfrentar uma dificuldade, Ana poderá ofertar.

Com os sugadores, isso não acontece. Eles não complementam, não ajustam, não se responsabilizam. Eles apenas sugam. E, enquanto você vai cedendo, a sua energia vai embora.

E a psicologia nos ajuda a entender por que essas pessoas agem assim.

Alguns sugadores têm um padrão chamado apego desorganizado. Cresceram em ambientes instáveis, onde o afeto ora vinha, ora faltava. Sem ter aprendido o que é uma relação equilibrada, elas passam a usar o outro como fonte de segurança emocional. Não sabem nutrir, só sabem puxar. E fazem isso muitas vezes sem perceber, como se cada interação fosse uma tentativa de não se sentirem abandonadas.

Outros apresentam características do chamado narcisismo vulnerável. Ao contrário do narcisismo arrogante, esse tipo vem acompanhado de insegurança profunda. Não veem o outro como alguém com quem podem construir uma troca, mas como um recurso para aliviar sua própria carência. Não é exatamente maldade, mas um padrão relacional centrado em si mesmas.

Para quem está do outro lado, no entanto, pouco importa a intenção: o efeito é o mesmo. Você dá, dá e dá… e nunca recebe. E se você não coloca limites, chega um ponto em que oferece 80% de si, e só sobra 20% para a sua própria vida. E ninguém consegue viver só com 20%.

Por isso, é fundamental prestar atenção. Trocas desiguais são normais quando temporárias: quando um está frágil, o outro apoia, e depois os papéis se invertem. Mas quando a desigualdade vira regra e você só existe para sustentar o outro, é sinal de que está diante de um sugador. E, nesse caso, talvez seja hora de se afastar para recuperar sua energia e preservar aquilo que mantém você inteiro.

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