Doença silenciosa leva João Gomes a parar de beber: entenda os riscos
João Gomes revelou recentemente ter sido diagnosticado com “gordura no fígado”, o que o fez abandonar o consumo de álcool
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O cantor João Gomes, de 22 anos, um dos principais nomes do piseiro, revelou recentemente que foi diagnosticado com esteatose hepática — popularmente conhecida como “gordura no fígado”.
De acordo com ele, a doença o levou a abandonar totalmente o consumo de bebidas alcoólicas. João também compartilhou que sofreu com sintomas intensos nas primeiras semanas de abstinência, incluindo alucinações.
“A esteatose hepática é resultado do acúmulo anormal de gordura nas células do fígado. O problema é que essa gordura, quando em excesso, pode provocar inflamações que, ao longo do tempo, evoluem para quadros de cirrose e até câncer hepático”, explica a hepatologista Caroline Alcure.
“Não existe uma dose segura de álcool. Assim que identificamos a doença, recomendamos a cessação imediata”, completa.
Os efeitos da abstinência podem ser intensos para aqueles que fazem uso do álcool de forma crônica. “A síndrome de abstinência pode causar tremores, insônia, irritabilidade, sudorese e, em casos mais graves, alucinações visuais e auditivas, como aconteceu com o cantor”
Segundo o nutrólogo Roger Bongestab, o quadro de João Gomes é mais comum do que se imagina. “A gordura no fígado é uma consequência direta do excesso calórico. Pode vir do álcool, do açúcar ou da gordura. É uma degeneração celular silenciosa. E, sim, jovens estão cada vez mais sendo diagnosticados por causa do estilo de vida desequilibrado”.
A hepatologista Mariana Pacheco explica que o maior perigo da esteatose é o fato de não apresentar sintomas nos estágios iniciais. “A maioria dos pacientes só descobre em exames de rotina ou ao investigar outras queixas. Quando os sintomas aparecem, o fígado já pode estar com danos avançados”.
Ela também chama atenção para a importância da prevenção. “A base do tratamento e da prevenção é o estilo de vida saudável. Isso inclui alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e, claro, evitar o consumo de álcool”.
Como toda doença relacionada ao metabolismo, manter o peso dentro da faixa ideal, praticar atividade física pelo menos 150 minutos por semana, preferir alimentos mais saudáveis e menos gordurosos, além de evitar alimentos ultraprocessados, é o indicado.
Saiba mais
O que é a esteatose hepática?
A esteatose hepática, também conhecida como “gordura no fígado”, é uma condição caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas células hepáticas.
Ela pode se desenvolver de forma silenciosa e atingir diferentes graus de severidade, podendo ir de um quadro leve até evoluir para doenças mais graves, como hepatite por gordura, cirrose e até mesmo o câncer hepático.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia hepática.
Em casos mais avançados, a elastografia hepática é utilizada para detectar sinais de fibrose e avaliar a gravidade da lesão.
Exames laboratoriais nem sempre detectam a doença no início.
Causas e fatores de risco
A doença está associada à síndrome metabólica, sendo comum em pessoas com obesidade, diabetes tipo 2, colesterol e triglicerídeos altos.
Além disso, pode ser causada por hepatite B e C crônica. A agressão causada por esses agentes pode causar inflamação no fígado e levar à esteatose.
A alimentação rica em alimentos ultraprocessados, açúcar e gorduras, assim como o sedentarismo, são gatilhos frequentes.
O consumo excessivo de álcool também é uma causa importante, por gerar agressão direta ao fígado e acelerar o processo de degeneração celular.
O álcool como agravante
O álcool não só contribui para o acúmulo de gordura no fígado, como tem ação tóxica direta sobre o órgão.
Médicos reforçam que não existe uma dose segura de álcool para quem já apresenta esteatose.
A recomendação, em casos diagnosticados, é a suspensão total do consumo alcoólico.
A suspensão abrupta do álcool, especialmente em usuários frequentes, pode desencadear síndrome de abstinência.
Em alguns casos, é necessário tratamento medicamentoso ou até internação hospitalar.
Prevenção e tratamento
A principal forma de prevenção é a adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, controle de peso e prática regular de atividade física.
O tratamento segue a mesma lógica, sendo centrado em mudanças comportamentais.
Em alguns casos, pode incluir medicamentos ou, em último caso, cirurgia bariátrica para controle do peso.
Atenção ao tempo de exposição
O tempo em que a gordura permanece acumulada no fígado é fator decisivo para a progressão da doença.
Mesmo quadros leves, se mantidos por anos sem controle, podem evoluir para inflamação, fibrose e cirrose.
Diabetes, pressão alta, obesidade e colesterol alto contribuem para o aumento do depósito de gordura no fígado”
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