Dia dos avós: “Vou viver muitas experiências”, diz Ingrid Schwartz
Vínculo entre avós e netos oferece motivação para manter a mente ativa e o corpo em movimento
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“Queremos viajar com ele e apresentá-lo a muitos lugares desse mundão! E, claro, vê-lo crescer, formar e ser exemplo de alegria, generosidade, honestidade e humildade. Vou viver muitas experiências”.
Isso foi o que a jornalista Ingrid Schwartz, 49, disse sobre seu neto Enrico, de 3 anos. Ela, que se tornou avó cedo, contou que tem muita energia e expectativas pelo que vem pela frente.
“Com saúde e disposição, pretendo acompanhar o crescimento, as pequenas e grandes conquistas, e ajudá- lo a superar com entusiasmo os desafios da vida adulta”. Hoje, os dois amam contar histórias, brincar de bola e tomar sorvete juntos.
Ingrid sempre teve o sonho de ser avó e deseja que esse vínculo intergeracional aumente na família. “Já fico imaginando os próximos. Meus filhos são homens, meu netinho também! Já pensou se vem uma menininha? Prometo enfeitá-la todinha!”.
Segundo Marília Zanette, psicóloga da Bluzz Saúde, a relação com um neto pode ser muito transformadora e positiva para avós mais jovens.
Esse vínculo pode ajudar na reavaliação de papéis, no fortalecimento de valores e no aumento do senso de propósito.
“Por estarem em uma fase ativa da vida, com mais energia e flexibilidade, esses avós tendem a viver uma relação mais dinâmica e afetiva com o neto, o que contribui para o bem-estar emocional e amplia a percepção positiva sobre o envelhecer”.
A psicóloga Elisa Lima também comentou sobre como essa relação é transformadora.
“O que percebo na clínica e em muitas histórias de vida é que os netos chegam como uma espécie de recomeço emocional para os avós. Diferente da experiência com os próprios filhos que costuma vir cercada de responsabilidades, cobranças e preocupações”
“A relação com o neto pode ser mais leve, mais afetuosa e mais livre. E isso toca profundamente os avós”.

Assim como Ingrid, a cozinheira e artesã Katia Miguel Bispo foi avó na faixa dos 40 anos. Sua netinha, Luna, de dois meses, foi um sonho que virou realidade. A família estava passando por momentos tristes antes da chegada da bebê por conta da perda de um tio e uma avó queridos.
“Quando a minha filha me deu a notícia que estava grávida, de imediato eu falei que seria avó de uma menina. Aí a Luna chegou, me trouxe muita alegria, uma nova esperança de vida e também forças para lutar e viver esse amor intensamente”.
A vovó coruja está repleta de planos para o futuro. “Quero levá-la onde eu levava a mãe dela e os meus dois filhos quando criança, ensinar a viver em meio à natureza, acampar, viajar, viver muitas emoções e ensinar alguns trabalhos de artesanato”.

Diversão e cuidado com a saúde em trio

Rosa Julia Bastos, de 94 anos, é muito apegada aos seus netos Anna Luiza de Paula Bastos, 19, e Filipe Bastos, 28. Os três, inclusive, praticam atividade física juntos.
“Uma forma de minha avó se envolver com a gente e de interagir com mais pessoas é quando a gente traz ela para o crossfit”, contou Anna.
“Amo muito meus netos e gosto muito de passar tempo com eles. Faço o exercício tem um tempo já e é divertido. Venho três vezes por semana”, disse Rosa.
Filipe se lembrou de uma boa memória do ano passado. “Temos a cultura de cantar parabéns para os alunos e ela disse que se completasse mais um ano de vida, queria celebrar lá também. Fizemos uma surpresa e ela adorou!”

Análise

“Motivação para a mente ativa”
“Ao estudar psicologia do desenvolvimento, analisamos as relações sociais desde o nascimento até a velhice. A infância amplia o fluxo social, que cresce na adolescência e, na vida adulta, torna-se mais seletivo, porém mais intenso.
Com o envelhecimento do corpo, ocorre a perda de vínculos, pois a morte leva pessoas queridas, tornando a solidão algo comum na velhice.
No papel de avós, entretanto, há uma leveza: eles já cumpriram responsabilidades com os filhos e agora vivenciam uma relação mais lúdica com os netos, marcada por carinho, brincadeiras e trocas afetuosas.
Esse vínculo renovado oferece motivação para manter a mente ativa e o corpo em movimento, como minha avó, de 93 anos, que nestas férias reuniu bisnetos para um dia de atividades e até dançou fantasiada de 'pintinho amarelinho'.”
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