Golpe do falso advogado: suspeito de vender acesso a dados sigiliosos é preso no ES
Morador de Vila Velha foi alvo de uma operação da Polícia Civil gaúcha e é suspeito de participação em outro tipo de golpe; entenda
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Um morador de Vila Velha foi preso preventivamente, na manhã desta quarta-feira (24), durante uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul no Espírito Santo. De acordo com a corporação, ele é suspeito de vender acesso a dados sigilosos para criminosos que aplicam o golpe do falso advogado — em que golpistas se passam por profissionais do Direito para solicitar pagamentos antecipados para supostas taxas judiciais ou liberação de valores.
Segundo investigações, o homem , de 29 anos, era responsável por criar e vender logins de advogados vinculados a sistemas processuais da Justiça. Assim, o suspeito possibilitava que golpistas de todo o País tivessem acesso a declarações, autorizações, procurações, assinaturas e processos completos para enganar as vítimas.
"Durante a investigação, verificou-se que o indivíduo também era responsável por uma gráfica clandestina que fabricava documentos falsos, além de criar e fraudar documentos digitais, contas gov, contas de aplicativo, entre outros ilícitos", explicou o Delegado João Vitor Herédia, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul.
Além da prisão do capixaba, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Durante a ação, documentos e aparelhos celulares foram apreendidos. Ainda de acordo com a corporação, todo o material será analisado. Aproximadamente 30 policiais civis gaúchos e do Espírito Santo participaram da operação.
Investigação teve início no ano passado
Segundo a Polícia Civil gaúcha, a investigação começou ainda no ano de 2024, após um número elevado de boletins de ocorrência registrado por advogados do Rio Grande do Sul. Em todos os casos, os profissionais relatavam que seus dados foram utilizados de forma indevida para realizar contatos falsos com seus clientes.
A partir dos inquéritos policiais, a investigação teve início e resultou na identificação de diversos suspeitos de participação no esquema. Desde então, foram deflagradas duas fases da Operação Falso Patrono em 5 estados brasileiros, quando foram presos nove suspeitos e cumpridas mais de 50 ordens judiciais em desfavor dos grupos criminosos.
Capixaba também atuava em outros golpes, diz polícia
Além de possibilitar o acesso a dados sigilosos de processos, vítimas e advogados, o suspeito preso em Vila Velha também atuava em outros crimes.
Segundo investigadores gaúchos, o capixaba também foi responsável pela falsificação de documentos que possibilitaram fraudes investigadas em uma outra operação, deflagrada em São Paulo no mês passado. Na ocasião, foram presos outros cinco suspeitos de invadir contas gov de médicos gaúchos e subtraírem valores de contas bancárias.
Além disso, as investigações também identificaram a participação da companheira do suspeito. "O histórico criminal do casal revelou que eles já haviam sido presos juntos em 2022 em uma gráfica clandestina em Vila Velha. No local, foram apreendidos documentos falsificados, carimbos oficiais, papel moeda e maquinário profissional para falsificações de alta qualidade. Nessa mesma ocasião, foi descoberto que a companheira do investigado era foragida da justiça de São Paulo por tráfico de drogas", informou a corporação.
Procurada pela reportagem do Tribuna Online, a Polícia Civil do Espírito Santo informou que prestou apoio às diligências, por meio da Divisão de Repressão aos Crimes Eletrônicos.
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