Vida PET: como anda o peso do seu animal de estimação?
Obesidade entre animais tem crescido, com consequências que vão desde dificuldade para se locomover até doenças
Escute essa reportagem

A imagem de um cãozinho gordinho ou de um gato mais “rechonchudo” pode parecer fofa à primeira vista. Mas por trás dessa aparência simpática está um alerta importante: o excesso de peso pode ser bastante prejudicial à saúde dos pets.
Assim como nos humanos, a obesidade entre animais domésticos tem crescido, trazendo consequências desde dificuldades para se locomover até doenças articulares e cardiovasculares.
A estudante de Medicina Veterinária Bruna dos Santos Pinheiro, 19, vive isso na prática com seu cachorro Luke, um Pug de 6 anos e nove meses. Ela conta que, por muito tempo, não percebeu os riscos do ganho de peso no animal.
“O Luke nunca foi um cachorrinho acima do peso. Quando tinha 1, 2 ou 3 anos, estava dentro do peso ideal. Mas com 4 anos e meio, começou a dar indícios de sobrepeso. Com 5 anos, já estava obeso, e eu não tinha noção de quanto isso poderia afetá-lo”.
A percepção da gravidade veio após Bruna levar Luke com mais frequência ao veterinário. “Ele foi diagnosticado com obesidade e precisava urgentemente emagrecer. Levei o Luke para fazer um raio-X porque ele estava mancando, e descobri que ele tinha luxação bilateral das patelas e displasia coxofemoral, que ele desenvolveu devido à obesidade”.
Segundo a médica-veterinária Elissa Nunes, o excesso de peso impacta a saúde do animal de forma ampla. “A obesidade pode prejudicar articulações, o sistema respiratório e térmico, e levar a problemas cardiovasculares e endócrinos, como hipertensão e diabetes tipo 2”, explica.
Para identificar se o animal está acima do peso, Elissa recomenda observar a silhueta corporal do pet. “Os tutores podem apalpar as costelas e verificar se a cinturinha está visível. Cães e gatos tendem a acumular gordura no abdômen e flancos. Se essa região estiver sem definição, é sinal de alerta”.
A campanha “Obesidade - O Risco para a Saúde de Cães e Gatos”, da Prefeitura de Vitória, tem como objetivo a prevenção e a conscientização sobre o assunto.
“O excesso de peso, por mais que pareça fofinho, é indicativo de maus-tratos. Por isso, a campanha busca sensibilizar os tutores sobre a importância do cuidado genuíno com os animais e promover a guarda responsável”, afirma Katiuscia Pinto Rodrigues Oliveira, gerente de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Vitória.
“Realizamos palestras educativas todos os meses para orientar sobre alimentação, score corporal e prevenção da obesidade, inclusive como parte do processo de acesso ao programa de castração da prefeitura”, completa.
Saiba mais
Riscos do sobrepeso
Problemas articulares e ortopédicos: O excesso de peso sobrecarrega as articulações, favorecendo doenças como displasia coxofemoral e luxação de patela.
Essas condições reduzem a mobilidade e provocam dor, o que leva a uma menor disposição e qualidade de vida.
Doenças cardiovasculares e metabólicas: A obesidade aumenta o risco de hipertensão e diabetes mellitus tipo 2, conforme alerta a veterinária Elissa Nunes.
Problemas respiratórios e térmicos: O acúmulo de gordura dificulta a respiração, especialmente em raças braquicefálicas (cabeça curta e larga, como Pugs e Bulldogs) e interfere na regulação térmica do corpo, podendo causar exaustão em dias quentes ou durante atividades leves.
Problemas dermatológicos e de higiene: A dificuldade de locomoção e alcançar partes do corpo impede a auto-higiene correta, favorecendo dermatites e infecções.
Obesidade
A Oferta excessiva de petiscos e alimentos humanos, como biscoitos, bolos, queijos e embutidos, são altamente calóricos. Além disso, podem conter ingredientes tóxicos para cães e gatos.
Falta de atividades física: animais que vivem em apartamento ou não possuem uma rotina de passeios e brincadeiras tendem a acumular energia e gordura.
Identificando o sobrepeso
Animais ideais: cintura visível, costelas palpáveis, sem excesso de gordura.
Animais obesos: perda da definição corporal, camada de gordura espessa sobre as costelas e silhueta arredondada sem cintura visível.
Tratamento e prevenção
Reeducação alimentar com ração específica: Trocar a ração comum por uma ração de controle de peso, com baixo teor calórico e balanceada em nutrientes. Além disso, seguir as quantidades diárias recomendadas no rótulo com base no peso e nível de atividade física do pet.
Redução de petiscos calóricos: Oferecer petiscos de forma moderada ou substituí-los por versões saudáveis, específicas para pets.
Atividade física regular: Caminhadas, brincadeiras em casa ou no quintal, e até fisioterapia ou natação para casos mais graves, ajudam na queima calórica e também no estímulo emocional do animal.
Acompanhamento com veterinário: O plano de emagrecimento deve ser sempre orientado por um profissional, tanto para ajustes na alimentação quanto na avaliação de possíveis problemas de saúde associados.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários