Lula convoca reunião com ministros para discutir tarifa imposta por Trump
Estão presentes os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira e Gleisi Hoffmann, além do vice-presidente Geraldo Alckmin
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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de última hora com ministros para discutir a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar para 50% a taxação a produtos brasileiros.
Estão presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Trump anunciou nesta quarta o aumento das tarifas a produtos importados ao Brasil para 50%. Até o momento, o Brasil paga uma taxa de 10% em produtos importados, porcentagem implementada pelo presidente americano em 2 de abril deste ano.
Após a reunião, será decidido se alguém irá falar com a imprensa ou se o governo se manifestará por meio de nota.
A decisão dos Estados Unidos foi anunciada em uma carta endereçada nominalmente a Lula, com citação direta ao tratamento dado ao Brasil para Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a carta, as tarifas serão cobradas a partir de 1º de agosto. Trump fala em ordens "secretas e ilegais" emitidas contra plataformas de mídia nos Estados Unidos, e violação à "liberdade de expressão de americanos", com menções diretas o STF (Supremo Tribunal Federal).
Mais cedo, o presidente americano já havia ameaçado elevar as tarifas. "O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom", afirmou Trump. "Vamos divulgar um dado sobre o Brasil, acredito, no final desta tarde ou amanhã de manhã".
Na terça (8), Trump reforçou a ameaça de cobrar mais tarifas de importação de países que compõem os Brics. O grupo, afirmou Trump, tem a intenção de "destruir o dólar", o que justificaria a imposição de sobretaxas de 10% além das que já foram estabelecidas.
Pouco antes da manifestação de Trump, Alckmin, afirmou que não via nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil. "É uma medida que em relação ao Brasil é injusta e prejudica a própria economia americana", disse ele.
Em entrevista ao portal Metrópoles, o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, foi questionado sobre o tema e classificou a decisão de Trump como um instrumento de caos usado pela extrema-direita.
"Acabei de receber [a carta] e fazer uma leitura dinâmica da carta. É uma coisa estarrecedora porque por um lado risível e por outro lado preocupante. É um pouco do método da extrema direita, dessa nova extrema direita que estamos presenciando no mundo que tem como instrumento de trabalho e a base do caos. A gente não sabe se ele está falando a verdade ou se não. Ele fez isso com a China depois voltou atrás. Diz uma coisa depois volta atrás", disse.
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