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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Romper o ciclo da violência contra juventude negra

Violência letal contra jovens negros revela urgência de políticas públicas focadas em inclusão, equidade racial e apoio a iniciativas sociais

Verônica Lopes de Jesus | 06/06/2025, 13:04 h | Atualizado em 06/06/2025, 14:54

Imagem ilustrativa da imagem Romper o ciclo da violência contra juventude negra
Verônica Lopes de Jesus é presidente do Instituto Oportunidade Brasil (IOB). |  Foto: Arquivo/AT

Os dados do Atlas da Violência 2025 reforçam a urgência de investir em iniciativas sociais voltadas à juventude. Recém-divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2025 evidencia uma realidade que ainda desafia o País: a violência letal continua afetando desproporcionalmente a juventude negra.

Segundo o levantamento, 77% das vítimas de homicídio em 2023 eram pessoas negras, e cerca de 60 jovens entre 15 e 29 anos foram mortos por dia no Brasil.

Esses números, por si só, reforçam a persistência de desigualdades históricas. A taxa de homicídios entre pessoas negras foi quase três vezes maior do que entre não negras, revelando que a violência no Brasil tem cor, idade e território definidos.

Mais do que alarmar, os dados do Atlas indicam a urgência de políticas públicas integradas, de longo prazo, que combinem prevenção social, equidade racial e justiça territorial. E nesse cenário, as organizações da sociedade civil têm desempenhado papel crucial ao oferecer o que, muitas vezes, o Estado falha em garantir: acesso, dignidade e futuro.

Organizações sociais que atuam com formação de jovens em territórios vulnerabilizados, especialmente nas áreas de tecnologia, cultura, esporte e empreendedorismo, são parte ativa na construção de um modelo de segurança pública baseado na inclusão e não apenas na repressão.

Ao promover o acesso à educação de qualidade, ao mercado de trabalho e ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais, essas instituições ajudam a interromper ciclos de exclusão que, muitas vezes, resultam em violência. E mais: ao reconhecer o potencial dos jovens negros, indígenas e periféricos, reafirmam que esses corpos não são estatísticas — são talentos, lideranças e soluções em potência.

Apesar do impacto concreto, as organizações da sociedade civil ainda enfrentam dificuldades de financiamento, sustentabilidade e reconhecimento político. Investir nessas iniciativas não deveria ser visto como caridade, mas como estratégia de desenvolvimento nacional e de segurança pública inteligente.

O Brasil só conseguirá reduzir suas taxas de homicídio entre jovens negros se garantir a eles o acesso às mesmas oportunidades que estão disponíveis a outros grupos sociais. E isso exige articulação entre Estado, setor privado e sociedade civil — com a valorização de quem já está há anos fazendo esse trabalho na prática.

Os dados do Atlas da Violência 2025 revelam muito mais do que mortes. Revelam desigualdade, abandono e a urgência de agir com intencionalidade e compromisso. Organizações sociais que investem na juventude negra estão mostrando que outro caminho é possível. Um caminho onde viver, sonhar e prosperar não sejam exceções, mas parte de um novo projeto de País.

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