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Leitores do Jornal A Tribuna

Junho Violeta: seu mundo não precisa perder foco

Junho Violeta alerta para o ceratocone, doença que afeta a córnea e pode levar ao transplante se não for diagnosticada e tratada precocemente

Pedro Trés Vieira Gomes | 04/06/2025, 12:51 h | Atualizado em 04/06/2025, 12:51

Imagem ilustrativa da imagem Junho Violeta: seu mundo não precisa perder foco
Pedro Trés Vieira Gomes é médico oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória. |  Foto: Arquivo/AT

Você já ouviu falar em ceratocone? Apesar de ainda ser pouco conhecida pela população, essa doença ocular atinge cerca de 150 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. O Junho Violeta é o mês de conscientização sobre a importância do acompanhamento oftalmológico regular, fundamental para o diagnóstico precoce de doenças como o ceratocone, que têm tratamento, mas podem causar complicações graves à visão se não forem identificadas a tempo.

Segundo relatório do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), em 2024 o Brasil realizou 17.106 transplantes de córnea e havia uma fila de 28.987 pessoas à espera, sendo o ceratocone a principal causa desses procedimentos. A doença afina e deforma progressivamente a córnea, estrutura transparente na parte frontal do olho, fazendo com que ela adquira um formato semelhante a um cone. Isso compromete a visão, provocando sintomas como visão embaçada, sensibilidade à luz, aumento do astigmatismo, miopia e dificuldade para enxergar à noite.

Um hábito aparentemente inofensivo — coçar os olhos com frequência — é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento e agravamento do ceratocone. A condição também pode estar relacionada à predisposição genética, quadros alérgicos (atopia) e fatores ambientais, como exposição excessiva à poeira, poluição e pelos de animais.

A doença acomete principalmente os adolescentes e jovens adultos, podendo progredir até os 40 anos ou se estabilizar ao longo do tempo. A troca frequente de grau pode ser o primeiro sinal de alerta, principalmente em paciente com astigmatismo. Crianças e adolescentes que reclamam de visão turva, apresentam dificuldade na escola ou desenvolvem miopia rapidamente devem passar por uma avaliação oftalmológica completa.

Outros sinais de atenção incluem fotofobia (incômodo com luz) e olhos constantemente irritados. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de evitar o transplante de córnea. Isso porque, se não tratada, a doença tende a evoluir, tornando o transplante a única solução possível.

Para estabilizar a doença, o primeiro passo é evitar coçar os olhos, um gesto simples, mas que pode causar danos significativos à córnea. Somado a isso, o uso de colírios lubrificantes, que melhoram a hidratação das pálpebras, córnea e conjuntiva. Em casos que a doença progride, o procedimento chamado crosslinking é uma opção indicada para estabilizar o ceratocone.

Já para o tratamento da correção visual, a medida inicial é o uso de óculos e lentes de contato, que corrigem a refração causada pela doença. Em situações mais avançadas, no entanto, o transplante de córnea pode ser necessário.

Em todos os casos, é fundamental realizar consultas oftalmológicas regulares, principalmente durante a adolescência, período em que a doença costuma se manifestar. Não espere a visão piorar para buscar ajuda. Pequenas distorções podem esconder um grande problema.

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