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Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Colunista

Psicóloga clínica, advogada e professora universitária

Jardim Camburi, meu bairro, minha história

Emoção, memórias e pertencimento marcam o aniversário de Jardim Camburi na visão de uma moradora que cresceu junto com o bairro

Sátina Pimenta, colunista A Tribuna | 22/05/2025, 12:32 h | Atualizado em 22/05/2025, 13:48

Imagem ilustrativa da imagem Jardim Camburi, meu bairro, minha história
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Acervo Pessoal

Esta semana, Jardim Camburi comemora mais um aniversário. E é impossível não me sentir atravessada pela memória, pela gratidão e por essa sensação estranha — que só quem viu o bairro nascer e crescer entende. Sou moradora de Jardim Camburi há 43 anos.

Isso quer dizer que cresci junto com o bairro. Sempre que converso com meus pais sobre como viemos parar aqui, a resposta é quase uma lenda de origem: “Jardim Camburi era só mangue”.

Lembro deles contando que as pessoas compravam terrenos sem saber se as casas resistiriam ao tempo, ou sequer se seriam construídas. Mas foram.

E nós também fomos construídos por esse lugar. Na minha infância, o bairro era bem diferente. Pequeno, familiar, seguro. Era comum brincar na rua, andar até a praia, ir com os amigos em grupo para o Canoa Quebrada, todos adolescentes curtindo aquela liberdade rara de se viver num lugar em que todo mundo se conhecia.

Alô, Galera do Toldinho!. Tínhamos escolas marcantes. Estudei no Colégio Nacional, e era tradição ir para a frente do Colégio Renovação depois da aula — o ponto de encontro da juventude.

E até hoje o Colégio Renovação permanece como um dos mais tradicionais de bairro, com a querida diretora Lila e sua filha Rafaela à frente, mantendo viva essa história educacional.

Teve até festa de encontro de ex-alunos ano passado.

É curioso pensar quantas pessoas incríveis vieram daqui. Profissionais de destaque, artistas, músicos, políticos, gente que mudou de CEP, mas carrega Camburi no coração.

E o mais bonito: muitos de nós simplesmente nunca saíram. Porque, como a gente costuma dizer com orgulho, quem nasce em Jardim Camburi não quer sair daqui.

Aliás, é aqui que permanecem também amigos de adolescência que continuam ao meu lado até hoje! Amizades que atravessaram décadas, que dividem memórias, sonhos e conquistas.

Isso é raro. E precioso. Jardim Camburi é quase uma cidade dentro da cidade. Tem de tudo: farmácias, supermercados, escolas, faculdades, comércio, cultura. É possível viver aqui sem sair daqui. Mas o mais importante não é o que tem — é o que sentimos. E talvez o mais bonito de tudo seja saber que essa história continua.

Meus filhos também estudam no bairro e crescem dentro dele — como eu cresci. Viver isso é um presente que o tempo me deu. Ver que eles frequentam os mesmos espaços, constroem vínculos e sentem esse pertencimento é uma espécie de milagre cotidiano.

O bairro se transformou, claro. Já não é tão fácil caminhar livremente como antes. A lógica da violência urbana chegou também por aqui. Mas ainda resistem as praças, os encontros, os vizinhos que se cumprimentam, os grupos que se ajudam.

Resistimos nós, que acreditamos que viver bem é também respeitar o lugar em que se vive. Sou imensamente grata por ter sido filha deste bairro. Que esse nosso pedaço de mundo continue crescendo não apenas em prédios ou comércios, mas em humanidade, comunidade e pertencimento. Parabéns, Jardim Camburi!

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