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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Vacinas são seguras e salvam vidas

Crônicas e dicas do doutor João Evangelista, que compartilha sua grande experiência na área médica

João Evangelista Teixeira Lima | 20/05/2025, 12:24 h | Atualizado em 20/05/2025, 12:24

Imagem ilustrativa da imagem Vacinas são seguras e salvam vidas
João Evangelista Teixeira Lima é gastroenterologista e clínico geral. |  Foto: Arquivo/AT

Acabo de ser vacinado contra o vírus Influenza. Com orgulho e gratidão, ofereci o músculo deltoide para que, através da pequena agulha, aquele líquido milagroso ganhasse a corrente sanguínea, convidando meu sistema imunológico para proteger minha saúde.

Cresci ouvindo horrores sobre a Gripe Espanhola, ocorrida em 1918, que ceifou a vida de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. De mutação em mutação, o vírus dessa pandemia chegou até nós. Hoje, além de se apresentar mais brando, o H1N1 depara-se com um poderoso inimigo, denominado vacina. Quiçá, naquela época existisse esse imunizante, vidas teriam sido poupadas.

“Vítima da Gripe Espanhola, morre Rodrigues Alves, em 1919, confinado em sua casa na rua Senador Vergueiro, no Flamengo, bairro do Rio de Janeiro”.

Este conhecido presidente foi a mais notória vítima brasileira da Gripe Espanhola, que matou cerca de 300 mil pessoas no Brasil. Segundo os noticiários da época, “assim que a pandemia diminuiu, o povo abraçou o carnaval, como vingança dos mortos mal vestidos, mal chorados e, por fim, mal enterrados.

Ora, um defunto que não teve o seu bom terno, a sua boa camisa, a sua boa gravata, é algo mais cruel e mais ressentido do que um imperador ultrajado. A prefeitura enterrou algumas vítimas em ceroulas, e outras nus como santos. A morte foi diluída, fantasiada dentro da folia”.

Durante a pestilência, “o sujeito que ia atravessar a rua, botava o pé no meio-fio com plena saúde e chegava morto na calçada do outro lado. Os parentes deixavam os mortos nos bondes, pagavam a passagem deles, como se passageiros fossem. Não havia tempo nem lugar para o enterro”. 

“O pânico tomava conta do Rio de Janeiro, na época capital do Brasil. São Paulo começava também a registrar seus primeiros casos. Outras cidades do Brasil foram atingidas, mas nenhuma como a Guanabara”.

Naquela época, não se contava com o álcool gel, mas úteis conselhos eram emitidos: “Perdigotos, que perigo. Se estás resfriado, amigo, não chegues perto de mim. Sou fraco, digo o que penso. Quando tossir, use o lenço, e também se der 'atchim'. Corrimãos, trincos, dinheiro, são de germes um viveiro, e o da gripe mais frequente. Não os pegar, impossível. Mas há um remédio infalível: lave as mãos constantemente.

Se da gripe quer livrar-se, arranje um jeito, evite o aperto de mão. Mas se vexado consente, lave as mãos frequentemente, com bastante água e sabão. Da gripe já está curado? Bem, mas não queira, apressado, voltar à vida normal. Consolide bem sua cura, senão você, criatura, recai e propaga o mal”.

Hoje, ao considerar o macabro efeito do flagelo, quando as luzes da saúde se apagam, as ruínas e desertos d’alma, que um ataque da influenza traz à tona, os precipícios que poderíamos ter descido, afogados nas águas da aniquilação, que teriam se elevados bem acima de nossas cabeças, deveríamos agradecer à vacina, essa guardiã que nos mantém pisando na terra, enquanto admiramos o céu.

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