Capivaras em áreas urbanas do ES: entenda os riscos e o que fazer
A falta de predadores e a deterioração de ambientes, como rios e lagos, está fazendo com que os animais ocupem outros espaços
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A fácil adaptação a ambientes alterados pelo ser humano e a existência de poucos predadores são alguns dos motivos de as capivaras serem vistas com mais frequência em áreas urbanas, seja no Estado quanto no Brasil.
As capivaras já foram observadas em praias do Sul do Estado, na Avenida Beira Rio, em Colatina, em ruas da capital e do município de Vila Velha. Inclusive, no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), perto da lagoa.
“Como existiu uma ação antrópica que interferiu no equilíbrio do ecossistema, deixa de ter a presença do animal no topo de cadeia”, disse Capitão Alves, da Polícia Militar Ambiental.
“No território capixaba, a onça seria o principal predator. Ela preda desde o filho até a mãe e o pai. Mas pode acontecer de um animal carnívoro menor ter uma oportunidade de predar um filhote, por exemplo”, destacou.
O capitão ressaltou que elas são generalistas (versáteis) e se reproduzem com certa frequência.
Bióloga e professora do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Ufes, Rosana Suemi Tokumaru explicou que as capivaras vivem próximas a rios e lagos, que oferecem proteção, alimento e locais para reprodução.
Com a destruição desses ambientes, substituídos por plantações ou pela urbanização, as capivaras têm sido “empurradas” para as áreas urbanas.
Em relação aos perigos do herbívoro para o ser humano, Rosana alertou que a doença mais comumente associada a ela é a febre maculosa. No entanto, capivaras não transmitem diretamente, e sim podem ser hospedeiras do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), que é o verdadeiro vetor.
“É importante evitar contato direto com as capivaras, evitar sentar-se ou andar por áreas de vegetação densa sem proteção e usar roupas claras e repelentes em locais de risco. Com informação e cuidado, é possível conviver com esses animais sem grandes preocupações”, completou.
Caso aviste o animal, Capitão Alves disse que a pessoa não deve se aproximar. “Observar sempre a distância. Caso encontre, mantenha a calma e se afaste. Nunca tente se aproximar ou tocar, não ofereça alimentos e não deixe restos de comida onde viu a capivara”.
“Se viu o animal atropelado, ferido ou percebeu que ele está incapacitado de ser locomover por um ferimento, acione o 190 ou 193 para realizarmos o resgate”, completou.
Fique por dentro
Capivaras
Onde habitam?
As capivaras são encontradas em grande parte da América do Sul e vivem em áreas tropicais e subtropicais, sempre próximas a corpos d'água, como rios, lagos, brejos e várzeas.
Preferem zonas úmidas, mas também podem ser encontradas em pastagens, cerrados e áreas agrícolas desde que haja água por perto.
São tranquilas?
Rosana Suemi Tokumaru, bióloga e professora do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Ufes, explicou que capivaras são, em geral, animais dóceis, tranquilos, especialmente quando não se sentem ameaçadas.
Sua primeira reação diante de um possível perigo é fugir: ao perceberem ameaça, costumam emitir uma vocalização semelhante a um latido, alertando o grupo, que rapidamente corre em direção à água e mergulha.
Porém, se a fuga é impedida e o animal se sente encurralado, pode reagir com agressividade para se defender.
Capivaras têm dentes incisivos grandes e fortes, capazes de causar ferimentos consideráveis. Por isso, embora sejam pacíficas por natureza, podem atacar se forem provocadas, acuadas ou se perceberem risco — inclusive para seus filhotes.
Transmitem doenças?
Elas podem ser hospedeiras do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), que é o vetor da febre maculosa. Esse carrapato, por sua vez, pode estar contaminado com a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável pela doença.
o risco está relacionado à exposição a esses vetores, especialmente em áreas onde a doença já foi registrada. Com informação e cuidado, é possível conviver com capivaras sem grandes preocupações.
É válido pontuar que o carrapato-estrela também parasita vários outros animais, como cachorros, outros roedores e pássaros.
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