Moradores e comerciantes de Vitória temem novos ataques
Moradores e comerciantes do entorno da avenida Leitão da Silva, por exemplo, alegam, inclusive, que não estão sequer saindo de suas casas.
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O clima nas proximidades da clínica onde um paciente foi morto ao ser atingido com uma bala perdida na cabeça é de muito medo.
Moradores e comerciantes do entorno da avenida Leitão da Silva, por exemplo, alegam, inclusive, que não estão sequer saindo de suas casas.
“Quando não estou trabalhando, não saio de casa com medo. A gente fica preso dentro de casa mesmo, meu filho não brinca na rua, não deixo”, disse um motorista de aplicativo, de 41 anos, que não quis ser identificado.
Ele explicou que mora em uma das comunidades que está envolvida nos tiroteios provocados na madrugada de domingo.
Segundo o motorista, o clima de insegurança na região sempre foi grande, mas piora quando acontece alguma operação policial que culmina com a morte de criminosos. “Aí é essa confusão toda e gente inocente morrendo. Estamos presos, a verdade é essa”, disse.
Um comerciante de 62 anos, que também não quis se identificar, contou que também não sai na rua. “Entro para o meu comércio e aqui eu fico. Quando eu saio, fico olhando para todos os lados para ver se está acontecendo algo”, disse o comerciante.
Susto em Bento Ferreira
Em Bento Ferreira, na capital, o cenário não é diferente. Moradores de um prédio onde um apartamento foi atingido durante o tiroteio registrado no morro do Jaburu e em Gurigica, na madrugada do último domingo, também estão apavorados.
Assustado, um arquiteto de 26 anos, que mora no local e que preferiu não se identificar, contou que os disparos atingiram a janela da residência.
“Vi no grupo do condomínio vídeos e fotos e fiquei assustado. Na verdade, vários moradores ficaram”, disse.
O rapaz, que disse para a reportagem de A Tribuna que nunca teve esse problema e que não estaria preocupado, uma vez que seu apartamento não fica de frente para o morro, refletiu sobre a possibilidade do tiro ter acertado em qualquer pessoa, inclusive nele.
“Pensando melhor, se eu estivesse no corredor, o tiro teria me acertado. Poderia ter sido eu a vítima, ou até mesmo outros moradores”, afirmou o jovem.
A reportagem esteve no prédio, na manhã desta segunda, e conversou com moradores e funcionários do um edifício, que fica de frente para a região de Gurigica. Eles também revelaram que estão aflitos com a situação.
“Nem estou saindo aqui fora direito, venho e corro para dentro”, disse uma auxiliar de serviços gerais que não quis se identificar.
Tiros também em prédio do Ifes
Um prédio da reitoria do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) também foi atingido por disparos durante um tiroteio que aconteceu no último domingo, em Vitória.
Segundo a assessoria do Ifes, os disparos danificaram a parede da fachada e também uma janela do primeiro andar do prédio.
Ninguém ficou ferido durante o ocorrido, segundo garantiu a instituição de ensino.
A reitoria é um órgão administrativo, onde não há presença de alunos. Ela fica localizada no bairro Santa Lúcia, na avenida Rio Branco. A instituição informou que as aulas foram mantidas.
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