Mais de 2,8 milhões não tomaram todas as doses de vacina contra covid
Meta do Ministério da Saúde é que 90% da população do Estado esteja imunizada, porém apenas 25% está vacinada com a D4
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Mesmo tendo vacinas contra covid-19 disponíveis, 2.811.650 pessoas ainda não tomaram a quarta dose (D4) do imunizante ou a segunda dose de reforço no Estado.
Os dados são do painel Trabalha, Vacina e Confia, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), levantados até as 18 horas de ontem.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, a meta estimada pelo Ministério da Saúde é que 90% da população do Estado (3.021.285) esteja imunizada, porém apenas 25% (964.957) está vacinada com a D4.
Atualmente, o Estado tem 3.776.607 pessoas aptas a se vacinarem. Com a primeira dose ou dose única, 3.587.888 (95%) foram imunizadas.
Pessoas com a vacinação completa ou totalmente imunizadas (D1 e D2) são 3.236.075 (85%). Com a primeira dose de reforço ou terceira dose (D3) são 1.968.830 (52%).
“As vacinas estão disponíveis. Para cada faixa etária está preconizada qual a vacina será administrada e as unidades estão preparadas. A vacinação mostra como caiu o número de mortes e esperamos que ninguém mais morra por causa de covid”, destacou Reblin.
Segundo o Painel Covid-19, do governo do Estado, o Espírito Santo já registrou, até ontem, 1.321.868 casos e mais de 15 mil mortes pela doença. Em janeiro ocorreram 48 mortes e este mês já foram registradas cinco.
Médico infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Crispim Cerutti ressalta que 70% dos casos internados em decorrência da covid-19 são de pessoas não vacinadas ou com esquema de vacinação incompleto. “A vacina ajuda muito a prevenir a evolução grave da doença”.
“Temos de ressaltar que, às vezes, as pessoas não valorizam muito a vacina porque se sentem aptas a enfrentar o vírus porque são saudáveis, jovens e não têm qualquer comorbidade, raciocinando que se forem infectadas terão uma doença leve. Mesmo que isso seja verdade, essas pessoas são potenciais transmissores”, alerta.
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O médico ressalta que ao se infectarem, essas pessoas podem passar adiante o vírus e infectarem pessoas vulneráveis, contribuindo para morte pela doença.
“É preciso pensar que, ao se vacinar, a pessoa não está protegendo apenas a si mesma. Também está protegendo aos demais que ela tem contato”.
Nova vacinação começa 2ª feira
Uma nova etapa na vacinação contra covid-19 começa a partir da semana que vem: a aplicação das vacinas bivalentes da Pfizer para idosos. Os imunizantes chegam para proteger a população contra a cepa original da covid-19 e a variante ômicron.
As vacinas serão aplicadas a partir de segunda-feira, sendo os idosos acima de 70 anos o primeiro grupo a ser imunizado.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, explicou que o cronograma do plano de vacinação segue o cronograma do Ministério da Saúde.
Para este primeiro momento, os grupos escolhidos são formados por pessoas de 70 anos ou mais, pessoas vivendo em instituição de longa permanência e seus trabalhadores, imunocomprometidos a partir de 12 anos de idade, indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
“Recebemos na última sexta-feira 129.600 doses de vacinas bivalentes. Cada município irá adotar seu modelo de vacinação. Vale lembrar que assim como a vacina da gripe, a covid também tem mutação do vírus original, e nesse momento temos a circulação da ômicron. Essa é a vacina mais moderna que temos”, destacou Reblin.
Infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Crispim Cerutti explica que, apesar de ainda haver transmissão pela covid-19, o impacto, em termos de saúde pública, caiu muito.
“Não vemos mais a demanda excessiva de pessoas por internação hospitalar ou o número expressivo de mortes. Isso acabou, em grande parte, pela estratégia de vacinação”, observou.
“O vírus, ao ser transmitido progressivamente, vai se modificando, por isso precisamos adaptar a vacina para o que vem de novo, daí a ideia da bivalente, que traz a imagem do vírus original e acrescenta as novas cepas”.
A funcionária pública aposentada Maria da Conceição Carreiro Fernandes, 73 anos, já tomou as quatro doses e está na expectativa pela vacina bivalente. “Vacina é que salva vidas. Assim que abrir a agenda, acho que serei a primeira a marcar”.
Municípios vão abrir agendamento
Vacinação com bivalentes
Começa na próxima segunda-feira. Inicialmente, o Estado recebeu 129.600 doses, que serão destinadas aos idosos acima de 70 anos, pessoas vivendo em instituição de longa permanência, ribeirinhos, quilombolas, imunocomprometidos, indígenas e ribeirinhos.
Essas doses são destinadas para quem já tem o esquema prioritário completo (D1+D2), independentemente do número de doses de reforço de vacinas monovalentes recebidas. A dose bivalente deverá ser administrada com o intervalo de quatro meses após a última dose recebida.
Municípios
Vitória: Vai abrir agendamento on-line até amanhã pelo link agendamento.vitoria.es.gov.br .
Cariacica: Aguarda o recebimento das doses, mas a vacinação será mediante agendamento pelo site vacinaeconfia.es.gov.br.
Serra: Aguarda receber as vacinas. Vai se reunir hoje com o Estado.
Vila Velha: Ainda não recebeu as doses, mas se organiza para abrir o agendamento on-line amanhã.
Viana: Vacinação será de livre demanda, disponível em todas as salas de vacina.
Fonte: Sesa e prefeituras consultadas.
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