ES anuncia alerta contra Gripe Aviária
Entenda mais sobre a doença e as ações que serão adotadas pelo Instituto
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Após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciar, em dezembro do último ano, que iria reforçar as ações de biossegurança no País contra a influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1), também conhecida como Gripe Aviária, foi a vez do Espírito Santo entrar em alerta contra a doença.
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De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), o Estado uniu esforços com o Mapa e com a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), para realizar diversas ações que buscam informar e reforçar a adoção de medidas de prevenção contra a entrada do vírus no território capixaba.
O motivo, segundo o instituto, é o recente aumento de casos da gripe na América do Sul, mesmo sem haver casos confirmados no Brasil.
Além de todo o trabalho de fiscalização das condições de biosseguridade das granjas, cujo alojamento das aves só é permitido àquelas registradas no Idaf, também está acontecendo o atendimento das notificações.
"O Idaf executa, em coordenação com todos os Órgão de Defesa Sanitária do Brasil, o plano de vigilância ativa preconizado pelo Ministério da Agricultura. Nesse plano, o instituto coleta amostras de aves em vários municípios e envia para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP). Apenas no segundo semestre de 2022, foram coletadas 585 amostras", diz o Instituto.
O que é a Gripe Aviária
Segundo o médico veterinário e coordenador do programa de Sanidade Avícola no Idaf, Leandro Marinho, a Influenza Aviária é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta várias espécies de aves domésticas (galinhas, gansos, patos). Apesar de ser raro, mamíferos, como o homem, podem contrair a doença.
“A Influenza Aviária não é transmitida para os humanos através do consumo de carne de aves e ovos. Os casos relatados de transmissão ocorreram em contato com aves infectadas. Apesar de nunca detectada no Brasil, é uma doença de distribuição mundial com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, capaz de interferir no comércio internacional de produtos avícolas, por isso, o esforço do Idaf em ações de vigilância desta doença”, relata o coordenador.
A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da Influência Aviária, conforme explicou Letícia Meireles Alves, auditora fiscal federal agropecuária da Superintendência Federal de Agricultura Pecuária e Abastecimento no Espírito Santo (SFA/Mapa).
Já que estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório do vírus, o Mapa tem comunicado as organizações ligadas ao meio ambiente, para ficarem atentas aos sinais clínicos nesses animais.
“Outros fatores de risco que contribuem para a transmissão da influenza aviária são a globalização e o comércio internacional, mercados e feiras de vendas de aves vivas, falhas de biosseguridade nas granjas, e as criações de aves para consumo próprio, que acabam estando mais desprotegidas. Os produtores de aves comerciais e de criações domésticas devem estar em alerta para notificar qualquer suspeita de Influenza aviária na sua criação”, detalhou Letícia.
Por isso, o Instituto explicou que a detecção precoce e a notificação de suspeitas são muito importantes, pois permitem uma resposta rápida e a evitar a disseminação da doença e, como consequência, um prejuízo maior.
No Espírito Santo, a notificação de casos suspeitos ou a identificação de mortes anormais, deve ser notificada obrigatoriamente ao Idaf. Essa comunicação pode ser feita por qualquer pessoa, pelo sistema e-sisbravet, por telefone ou e-mail de qualquer unidade do Idaf, ou pessoalmente.
Atenção, em caso de identificação de aves doentes, ou, alta mortalidade de aves, não se deve tocar nas aves, para evitar o contato com a doença.
Sinais clínicos
Uma das formas de prevenção está na observação das aves no dia a dia nas granjas, por isso, é importante que o produtor esteja atento aos sinais clínicos apresentados pelos animais:
- Tosse, espirro, bico aberto, dificuldade respiratória e secreção nasal;
- Inchaço da cabeça; torcicolo; andar cambaleante; depressão intensa;
- Diarreia aquosa esverdeada ou branca e desidratação;
- Mortalidade alta e súbita com ou sem sinais clínicos;
- Queda de postura, produção de ovos deformados e com casca fina;
- Queda no consumo de água e alimento;
- Cristas e barbelas arroxeadas.
Como proteger suas aves?
De acordo com informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a primeira linha de defesa contra a influenza aviária é seguir as medidas de biosseguridade nas granjas impostas pela Instrução normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007, do Mapa, para limitar a exposição aos riscos de entrada do vírus, principalmente, o contato com aves silvestres.
Entre as orientações práticas aos produtores estão:
- Usar roupas e calçados limpos ao entrar nos núcleos;
- Desinfecção de veículos e materiais que acessem a granja;
- Após viagens ao exterior, a pessoa deve cumprir o período obrigatório de quarentena de quatorze dias sem visitas a instalações;
- Evitar o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente aves silvestres;
- Verificar rotineiramente a integridade das telas e cercas dos aviários.
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