Pais e filhos unidos para curtir a balada
Segundo especialistas, comportamento pode fortalecer os laços afetivos e a intimidade familiar, mas é preciso também haver limites
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Sexta-feira à noite é o dia para reunir os amigos e dançar os hits do momento, flertar com trocas de olhares e, claro, tomar uns drinques. O comportamento é o mesmo para quase todos os jovens solteiros, mas, em alguns casos, a companhia para a balada é inusitada: os pais!
Quem disse que pais e filhos não podem se unir para os rolês? Não se deve sentir culpa por isso ou pensar que se está “velho demais” para aproveitar uma noite com os filhos, segundo especialistas.
A pedagoga Jeanine Benevides, 53, e o engenheiro metalúrgico Marcelo Machado, 63, amam festas e, por isso, acompanham a filha, a DJ Jessica Benevides, em todos os “rolês”. O casal ama dançar e conta que não há companhia melhor do que a filha e os amigos. Eles garantem que respeitam a privacidade uns dos outros.
“Os jovens gostam de ver pessoas mais velhas em ambientes de baladas. Às vezes, acham até engraçado, mas acham o máximo quando descobrem que sou a mãe da DJ e estou na festa curtindo também! Respeitamos muito o espaço uns dos outros e o que está acontecendo no local”, diz a pedagoga.
Para a DJ Jess Benevides, compartilhar tantos momentos de alegria com os pais é um privilégio. “É maravilhoso! Adoro quando eles vão me prestigiar ou quando a gente sai junto para se divertir. Acho que não existe companhia melhor no mundo do que os nossos pais. É um privilégio poder ter eles ao meu lado”.
De acordo com especialistas, o comportamento pode fortalecer os laços afetivos e a intimidade familiar. O psicólogo e psicoterapeuta Gerson Abarca analisa que, desde que haja um limite claro de papéis entre pais e filhos, compartilhar os momentos pode favorecer a construção de uma amizade entre os lados.
“Quando esta realidade acontece dentro de uma interação de amizade, ou seja, jovens e pais que têm o mesmo tipo de gosto e vão juntos para a balada, é algo positivo, no sentido de uma interatividade em que pais se tornam amigos dos filhos”.
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A psicóloga Alita Cabral alerta que pais e filhos podem compartilhar momentos em baladas, mas é importante que cada um tenha o seu espaço e o seu momento.
“As dinâmicas familiares atualmente são muito diferentes umas das outras. Ir à balada juntos pode ser um momento super divertido entre pais e filhos, como algo invasivo e desconfortável. Vai de acordo em como essa relação é construída”.
Paixão pela música e pela noite
Sempre que pode, o DJ Dudu Nobre, 47, curte festas com o filho, o DJ Rhychard de Vila Velha, 17. A paixão pela música, pela alegria das baladas e pelo trabalho une os dois.
Nem sempre é possível que pai acompanhe o filho, mas isso não impede que o jovem vá trabalhar e se divertir.
Rhychard tem um ótimo diálogo com o pai e com a mãe, a manicure Monica Mattos Kalil, 36 anos, e, por isso, eles fizeram acordos para garantir a segurança do jovem nas festas.
“Sempre pedimos alguém conhecido para levá-lo e buscá-lo. Criamos limite de horário e funciona certinho. Meu filho é um ‘moleque’ muito bom!”.
Trocar mensagens pelo celular, avisando que chegou ao local e que está voltando, é outra estratégia.
“Ela é minha melhor companhia!”
A agente de saúde Eloana de Christo Lourenço, 39, e sua filha, Shaiemmilliy de Christo Lourenço, 18, têm um gosto em comum: a balada!
Mãe e filha contam que, sempre que podem, curtem momentos em festas juntas. Animadas, as duas amam tomar bons drinques, dançar e ouvir sertanejo, forró, pagode e funk. A diversão acontece em bares da região de Campo Grande, em Cariacica. Até mesmo em rodeios elas vão juntas!
“Ela é minha melhor companhia! Nos divertimos, dançamos, bebemos um pouco, dividimos a comanda. Sou uma mãe tranquila e aberta aos acordos com ela. Sempre dá certo! Temos um ótimo relacionamento”.
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