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Economia

Aposentados voltam a trabalhar para pagar dívidas e ajudar filhos

Dívidas e necessidade de ajudar filhos e netos deixam alguns idosos sem escolha, a não ser buscar renda extra para cobrir os gastos


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A aposentadoria é, teoricamente, uma época de descanso, de usufruir daquilo que foi construído ao longo de uma vida de trabalho e esforço. Mas, na prática, há muitos aposentados precisando voltar ao mercado de trabalho para conseguir uma renda que proporcione dignidade.

No Espírito Santo, pelo menos 10 mil aposentados voltaram ao mercado de trabalho para complementar a renda em 2022. Os dados foram levantados com especialistas e o Sindicato Nacional dos Aposentados no Espírito Santo.

Os motivos para esse retorno são muitos, segundo o presidente do sindicato, Jânio Araújo. “Desvalorização do benefício, perda do poder de compra do salário mínimo, consequências da pandemia, quando idosos tiveram de agregar filhos e netos dentro de casa.”

A embaladora Maria Inês Ebani, 66 anos, é aposentada e trabalha em um supermercado em Jardim da Penha, Vitória. Ela conta que é viúva e apoia a filha que faz faculdade pública, estagia e mora com ela. “Somando a aposentadoria e o trabalho, administrando muito bem, dá para pagar tudo. Só o dinheiro da aposentadoria infelizmente não dá.”

Imagem ilustrativa da imagem Aposentados voltam a trabalhar para pagar dívidas e ajudar filhos
A embaladora de supermercado Maria Inês. |  Foto: Douglas Schneider/AT

Mas isso não tira seu sorriso. Sua alegria contagia os clientes. Muitos vão aonde ela está só para cumprimentá-la. “Estou fazendo o que eu gosto, que é trabalhar com pessoas. Hoje estou em uma empresa que me valorizou e me aceitou como sou, com a minha idade.”

“O Brasil não pensou a velhice da sua população de forma digna, ou seja, o mínimo garantido às pessoas mais velhas está insuficiente para garantir saúde, moradia e alimentação”, afirma Wiler Coelho, mestre em Direitos e Garantias Fundamentais e especialista em Direito e processo do trabalho.

Diretora de operações do Carone, Giovanna Magalhães explica que a empresa tem um projeto para a terceira idade. “Absorvemos aposentados na nossa linha de frente do atendimento. Para postos como embalador, atendimento de padaria, cargos onde não tem esforço físico muito grande.”

Os interessados podem se candidatar no site da grupo ou deixar o currículo na loja.

Troca de experiências 

Orlandina  Santos,   67, contou que trabalhou na área administrativa até se aposentar aos 57 anos, com 30  de contribuição. Há cerca de um mês, ela começou a trabalhar como embaladora em um  supermercado, em Vitória, para complementar a aposentadoria. 

“Estou sempre conhecendo pessoas, colegas de trabalho e clientes”, destacou. Ela revelou que  se sente útil, adora conversar com as pessoas e cada dia é um aprendizado. “É uma troca de experiências.”

Imposto de Renda maior e contribuição ao INSS desanimam

Aposentados que continuam a trabalhar reclamam que, com a soma das rendas, pagam um alto imposto de renda, além de ter de contribuir para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sem expectativa de retorno.

“O aposentado que recebe até R$ 1.900 não paga imposto de renda. Mas, quando ele arruma um emprego, acaba tendo que pagar”, diz Jânio Araújo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados no Estado.

A aposentada Orlandina  Santos, que trabalha como embaladora, conta que sua renda como aposentada não é grande. “Com soma da aposentadoria com o décimo terceiro, no final do ano, tenho que pagar o imposto de renda ainda.”

A causa dessa enorme distorção é a defasagem da tabela do imposto de renda, fazendo com que 

pessoas que ganham menos sejam mais “asfixiadas” economicamente, afirma Wiler Coelho, especialista em Direito e Processo do Trabalho.

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Consignado complica a situação

O empréstimo consignado é uma alternativa que ajuda aposentados em determinadas situações, como no caso de emergência de saúde. Contudo, o desconto na folha de pagamento reduz ainda mais a renda do aposentado, principalmente daquele que recebe até um salário mínimo.

Esse tipo de empréstimo reduz benefício e força idosos a aumentar renda, afirma Wiler Coelho, mestre em Direitos e Garantias Fundamentais e especialista em Direito e Processo do Trabalho.

“O empréstimo consignado é  um grande negócio para as instituições financeiras, pois elas possuem a garantia de pagamento, zero risco com cobrança de juros absurdos.”.

Especialistas explicam que esse tipo de empréstimo só deve ser feito em caso de extrema necessidade. Contudo, o assédio sobre os aposentados para realizá-lo é muito grande, o que acaba levando idosos a usarem o recurso sem necessidade.

Essa situação leva idosos a buscar trabalho de carteira assinada ou mesmo bico para poder “recompor” o salário, que ficou ainda mais baixo, por causa do desconto na folha de pagamento, mensalmente.


>>> Saiba mais

Empréstimo consignado

Trata-se de um empréstimo cuja prestação é descontada diretamente da aposentadoria.

Até 45% da renda do aposentado pode ser comprometida com o  consignado.

Assédio

Esse tipo de empréstimo pode ajudar o aposentado em um momento de emergência, por exemplo. Contudo, muitos idosos sofrem  com assédio de bancos e financeiras para comprometerem parte da aposentadoria, independente da necessidade.   

Fonte: pesquisa AT

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