Saldanha da Gama: resgate de uma história
O Centro Histórico abriga um tesouro arquitetônico que conta a história da cidade
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Quem passa hoje pelas avenidas Vitória e Beira-Mar se depara com as obras de reforma que acontecem no Saldanha da Gama. Uma parte do imóvel já ficou pronta, com a inauguração dos espaços gastronômicos, abertos ao público em setembro de 2022, mas ainda há muito por vir.
Em breve, a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) se mudará para o imóvel, compondo o conjunto da Casa do Turismo Capixaba.
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Junto com a Setur, a sociedade capixaba também receberá um importante espaço de eventos da cidade de Vitória, o salão principal, palco de tantas festas inesquecíveis para várias gerações, celebrações que marcaram histórias. Para este novo uso, o prédio receberá adaptações para melhoria de acesso e garantia de acessibilidade.
Os capixabas já viveram muitas comemorações, casamentos (inclusive o do governador Renato Casagrande com a primeira-dama Maria Virgínia Moça Casagrande), bailes de Carnaval e formaturas no local.
Para o futuro, esse mix de atrativos será complementado com a implantação do Espaço do Artesanato Capixaba, para exposição e venda de artesanatos de todas as regiões do Estado; e do Espaço Cultural Memorial do Forte São João, que resgatará a memória do espaço do Forte enquanto edificação de defesa da cidade colonial.
A obra envolve o restauro e o resgate visual do conjunto da muralha e dos canhões que constituem um patrimônio histórico tombado pelo Conselho Estadual de Cultura.
A construção é a única com características de fortificação existente na capital e tem localização privilegiada, com vista para o Morro do Penedo. Com a modernidade, o Forte foi separado do mar por uma via de alta velocidade, tornando-o pouco visível. A ideia é fazer o reencontro do espaço com a população.
Essa diversidade de atividades visa construir um atrativo turístico robusto para a cidade de Vitória, proporcionando aos moradores, viajantes e turistas a valorização de nossa história, cultura, arquitetura, gastronomia e artesanato, ao mesmo tempo em que se movimenta, também, a economia local.
Assim como o Saldanha vem sendo preparado para ser uma âncora turística, contribuindo para o resgate histórico do centro de Vitória, outros imóveis têm o mesmo potencial. Importante destacar que o governo do Estado também vem investindo em outros equipamentos de valor inestimável para a preservação da memória e identidade capixaba, como o Theatro Carlos Gomes, cuja cerimônia de início das obras de restauro ocorre amanhã.
Também de grande importância é o projeto Cidade Administrativa do Governo do Estado, sob gestão da Setur, que já transferiu sete órgãos para o centro de Vitória, e tem mais três em processo de implementação, além da própria Secretaria de Turismo.
O projeto beneficia os cidadãos que buscam por serviços públicos, além de fomentar a aproximação e a integração entre os órgãos, e contribuir para o processo de revitalização da região.
O empreendedor privado também precisa olhar para seu patrimônio com uma visão mais abrangente, abrindo espaço para a diversificação de atividades, para além das tradicionais. Com características litorâneas únicas, o Centro Histórico de Vitória abriga um tesouro arquitetônico que conta a história da cidade e da região, um patrimônio cultural que, se protegido e valorizado, é um fermento para a indústria do turismo.
O conjunto arquitetônico preservado, entretanto, precisa ser adaptado à modernidade, com qualidade de instalações e novos usos que melhor permitam o usufruto da sociedade.
A preservação da memória do Centro Histórico de Vitória não se trata apenas de uma questão econômica, mas também de responsabilidade social e cultural. Este deve ser um compromisso com as futuras gerações, garantindo que elas possam desfrutar e aprender com a história e a identidade capixabas.
Weverson Meireles é secretário de Estado do Turismo do Espírito Santo
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