Perguntas e relatos para fazer ao médico
Especialistas nas áreas de pediatria, ginecologia, urologia, cardiologia e medicina de família indicam o que questionar
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Durante uma consulta médica, um detalhe pode fazer toda a diferença no diagnóstico e tratamento. Mas, em um check-up, nem sempre o paciente sabe quais perguntas ou relatos deve fazer ao seu médico.
Como o ano está começando, e é justamente neste período que as pessoas começam agendar sua ida ao médico, o jornal A Tribuna ouviu especialistas das áreas geralmente mais frequentadas: pediatria, ginecologia, urologia, cardiologia e medicina de família e comunidade (especialidade normalmente encontrada nas unidades de saúde).
No caso da pediatria, Sara Vailant, pediatra e neonatologista, orienta que a consulta deve sempre começar pelo histórico de vida desde a gestação, independente da idade atual da criança ou adolescente.
“Devemos conhecer como foi a gestação desse paciente. Intercorrências na gestação podem justificar problemas ou queixas atuais”, ressalta.
A ginecologista e obstetra Georgia Brito explica que é bastante comum que muitas mulheres se sintam um pouco inseguras ou perdidas ao irem ao ginecologista, principalmente se for a primeira vez ou se há algum tabu em relação à consulta.
Entre as perguntas que a médica lista que devem ser feitas estão: quais são os sinais de alerta para doenças ginecológicas que eu não posso ignorar?, como posso melhorar minha saúde íntima e prevenir doenças ginecológicas?
Muitas vezes, apenas por causa da idade, sem ter algum sintoma aparente, o paciente procura um cardiologista, sem ao menos saber o que deve ser discutido com o médico.
O cardiologista Rafael Altoé dá algumas dicas: Meu estilo de vida está contribuindo para a saúde do meu coração?, existe algum fator de risco que eu deveria monitorar com mais atenção?
“Consultar um cardiologista regularmente não deve acontecer apenas quando há sintomas, mas sim como parte de uma rotina de cuidados preventivos”, destaca.
Já na hora da consulta com o médico de família e comunidade, Taynah Repsold, médica especialista na área, orienta ser fundamental perguntar ao médico se há exames de rastreio que devem ser feitos de acordo com o seu perfil.
“Os exames são selecionados com a análise da idade, histórico familiar e com base na medicina baseada em evidências”.
Pesquisas antes da consulta
A universitária Isadora Gonçalves, 21, conta que, geralmente, anota as dúvidas para não esquecer de abordar na consulta. A depender do problema, ela também faz algumas pesquisas na internet, mas afirma tomar cuidado com essa prática, sendo importante ir ao médico com as dúvidas, não com ideias fixas de causas ou tratamentos. “Acredito que entender previamente as questões que envolvem o motivo da consulta, como medos e dores que podem estar relacionadas a certas condições, nos prepara para a conversa com o médico, facilitando a comunicação”.
Opiniões
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Perguntas
Ginecologia
1. Quais são as opções contraceptivas mais adequadas para mim?
2. Devo me preocupar com algum sintoma que estou apresentando, como alterações menstruais ou dores?
3. Quais exames são necessários para a minha faixa etária e histórico de saúde?
4. Como posso melhorar minha saúde íntima e prevenir doenças ginecológicas?
5. Quais são os sinais de alerta para doenças ginecológicas que eu não posso ignorar?
Sintomas
Alguns sintomas não devem ser ignorados, como:
> Sangramento uterino anormal, como sangramentos pós-menopausa ou entre os ciclos menstruais.
> Dor pélvica.
> Corrimento vaginal com odor diferente e/ou de coloração anormal.
> Dor mamária ou alguma alteração na mama.
Fonte: Georgia Brito, ginecologista.
Cardiologista
1. Quais os melhores exames e indicadores para avaliar meu risco cardiovascular?
2. Meu estilo de vida está contribuindo para a saúde do meu coração?
3. Existe algum fator de risco que eu deveria monitorar com mais atenção?
4. Qual é a melhor forma de prevenir problemas cardíacos na minha idade?
Sintomas
Alguns sintomas não devem ser ignorados, como:
> Sintomas como dor ou pressão no peito, falta de ar, palpitações, tontura e fadiga persistente devem sempre ser relatados ao cardiologista.
> Mesmo manifestações mais sutis, como inchaço nas pernas, dor nos ombros, formigamento nos braços ou sensação de cansaço exagerado após atividades simples podem ser sinais de alerta.
> Em casos de hipertensão, por exemplo, dores de cabeça frequentes e alterações na visão também merecem atenção. O paciente não deve subestimar sintomas.
Fonte: Rafael Altoé, cardiologista.
Medicina de família
1. Há exames de rastreio que devem ser feitos de acordo com o meu perfil?
2. Quais mudanças no meu estilo de vida posso realizar para ter uma rotina mais saudável?
Sintomas
Sintomas que não devem ser ignorados:
> Tosse prolongada, fadiga excessiva, mudanças repentinas no peso, dificuldades digestivas, tonturas, alterações na pele e tristeza persistente.
Fonte: Taynah Repsold, médica de família e comunidade.
Pediatra
1. A consulta deve sempre começar pelo histórico de vida desde a gestação.
2. Fale sobre a alimentação da criança.
3. Qual deve ser a frequência do hábito intestinal?
4. Como saber se a quantidade de água ingerida é a adequada?
5. Como saber se o sono está regulado?
Sintomas
Sintomas que não devem ser ignorados:
> Convulsão, cianose (lábios roxos), desmaio e falta de ar.
Fonte: Sara Vailant, pediatra
Urologista
1. Qual idade deve ser iniciado o rastreamento de câncer de próstata?
2. Câncer de próstata sempre apresenta sintomas?
3. Caso familiar tenha apresentado câncer de próstata, tenho maior probabilidade de ter a doença?
Sintomas
Sintomas que precisam de atenção:
> Jato urinário fraco, em que a bexiga não consegue ser esvaziada adequadamente, necessitando ir ao banheiro diversas vezes.
> Acordar várias vezes à noite para urinar.
> Perdas involuntárias de urina.
> Sangramento na urina.
Fonte: Tatiane Escarpini, urologista.
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