O que médicos fazem no dia a dia para prevenir doenças
Atividade física, alimentação saudável e sono de qualidade fazem parte da rotina dos especialistas entrevistados pelo jornal A Tribuna
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Praticar atividade física, comer alimentos saudáveis, evitar industrializados, excesso de açúcar e carboidratos e ter um sono de qualidade. Esses são alguns dos pilares mais recomendados pela medicina nos últimos anos para evitar doenças como diabetes, hipertensão e até mesmo o câncer.
Mas será que os médicos têm seguido suas próprias recomendações? A Tribuna foi atrás de especialistas para saber como anda a rotina desses profissionais que cuidam diariamente da saúde da população.
Com uma carga horária que pode ultrapassar 12 horas de trabalho, muitos deles precisam se exercitar antes mesmo do sol aparecer para não deixar de cumprir o compromisso com a própria saúde.
A cardiologista Tatiane Emerich, de 45 anos, por exemplo, dois dias na semana, às 6 horas, pratica kickboxing com orientação do professor Bruno Santos. Também faz musculação em outros dois dias da semana, e nos demais intercala entre caminhada, subir escada e bike.
Ela também não descuida da alimentação: não bebe refrigerantes há oito anos e não adiciona açúcar ao café há alguns anos.
“Também evito carnes gordurosas e embutidos. Adoro arroz e feijão! Minha alimentação costuma ser saudável com uma carne branca ou vermelha, arroz, feijão, verduras e legumes. Como o meu colesterol é alto, evito alimentos gordurosos, frituras e queijos com alto teor de gordura”.
Tatiane alerta que o colesterol alto, especialmente o LDL (o “colesterol ruim”), está diretamente relacionado à produção de placas de gordura nas artérias, a doença aterosclerótica.
“Quanto maior o tempo de exposição ao colesterol alto, maior a chance de formar as placas de gordura que podem se romper silenciosamente e provocar um infarto”.
O aumento do número de câncer também fez com que a cardiologista vigiasse mais o consumo de alimentos embutidos e industrializados. “Busco ingerir mais frutas, e, como já tive cálculo renal, aprendi a vigiar melhor meu consumo de água”.
E a preocupação da médica não é à toa. Cerca de 75% das mortes no Brasil são causadas por doenças crônicas não transmissíveis, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2022.
No Espírito Santo, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25,5% da população acima dos 18 anos tiveram, em 2019, diagnóstico de pressão alta.
Investimento na saúde

Comida de verdade, menos consumo de processados, de açúcar, de fast food e de bebida alcoólica, além de atividade física todos os dias às 5 da manhã e aulas de bike estão entre hábitos que a oncologista do Hospital Santa Rita Erika Barreto, de 35 anos, tem em sua rotina.
E não foi fácil abrir mão, por exemplo, dos embutidos, que ela tanto gostava. “O salaminho eu gostava muito mesmo. Mas não lembro a última vez que comi”, conta.
“Descobri recentemente que tenho lipedema e endometriose. Precisei, então, entender como a prática de atividade física e a alimentação saudável poderiam mudar minha vida. Comer bem e se movimentar não devem ser vistos como sacrifícios, mas como investimentos de longo prazo na saúde e na qualidade de vida. Eu sou a prova viva dessa transformação”.
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