Novo guia para o consumo de sal na alimentação saudável
De acordo com a OMS, a cada ano cerca de 1,9 milhão de mortes ao redor do mundo são atribuídas à alta ingestão do elemento
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou sua nova diretriz para o consumo de sal, na qual recomenda à população optar por alimentos com baixo teor de sódio. Essa mobilização tem um motivo: segundo a instituição, a cada ano 1,9 milhão de mortes ao redor do mundo são atribuídas à alta ingestão desse elemento.
O indicado pela organização é limitar a ingestão de sódio a menos de dois gramas por dia, para reduzir a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares. Segundo dados de 2019, a população costuma consumir 4,3 gramas por dia, o que equivale a 5g de sal de cozinha.
“O sódio presente no sal faz o corpo reter mais líquidos. Essa retenção eleva o volume de fluidos dentro dos vasos sanguíneos, e o corpo precisa manter o equilíbrio. Assim, o fluxo de sangue cresce, elevando a pressão arterial, que, por sua vez, aumenta o risco de doenças do coração, AVC e problemas renais”, disse Ana Luisa Mazzini, nutricionista da Saúde da Mulher e Materno Infantil.
Além de menos sódio, a OMS afirmou que é importante optar por alternativas de sais enriquecidas com potássio. A nutricionista e colunista de A Tribuna Gabriela Rebello citou que o sal com baixo teor de sódio (sal com potássio) e o sal light são opções com essas características.
“Os sais com menos sódio, como o sal com potássio, podem ter um sabor um pouco diferente do sal comum. O sabor salgado é geralmente mantido, mas alguns desses sais, especialmente os com potássio, podem ter um sabor ligeiramente amargo ou metálico, dependendo da concentração do potássio”, disse a profissional.
“No entanto, muitas pessoas se acostumam rapidamente com a diferença de sabor, e ele pode ser menos perceptível quando o sal é usado em pratos mais temperados ou cozidos”, completou.
É válido pontuar que os sais com mais potássio não são aconselhados a quem tem problemas renais.
Na batalha para diminuir o sódio no dia a dia, a nutricionista Thamires Pralon Favato deu algumas dicas importantes.
“Optar por alimentos frescos e integrais, ler rótulos para verificar o teor de sódio, evitar alimentos processados, fazer mais refeições caseiras e trocar o sal por ervas e especiarias são formas de manter uma dieta mais equilibrada e reduzir o consumo de sal diário”, afirmou.
FIQUE POR DENTRO
Tipos de sal
> Diferentes tipos de sal estão disponíveis nos supermercados. Eles variam de acordo com a zona geográfica, técnica de extração, composição ou cor.
> Da lista, os sais que menos têm sódio e possuem mais potássio são o sal com baixo teor de sódio e o sal light. Confira abaixo curiosidades sobre alguns tipos:
Sal refinado
> É o mais comum e mais utilizado, sendo composto por cloreto de sódio, numa proporção entre 97% e 99%. Por ser refinado, acaba sendo pobre em nutrientes.
> Sal com baixo teor de sódio (sal com potássio)
> É uma mistura de cloreto de sódio com cloreto de potássio. Seu consumo ajuda a reduzir a ingestão de sódio, além de fornecer potássio, que tem efeitos benéficos para o coração.
Sal light
> É uma mistura de cloreto de sódio com outros minerais, como o cloreto de potássio. Seu teor de cloreto de sódio é bem menor em comparação aos outros sais. Tem 50% de sódio a menos que o sal comum.
Sal rosa do Himalaia
> É extraído de uma rocha salina, oriunda da região do Punjab, no Paquistão, e sua composição clássica é de 98% de cloreto de sódio.
> Ao contrário do sal convencional, o processo de extração permite que ele mantenha outros minerais e oligoelementos.
> Estudos estimam que esse sal pode conter até 84 minerais e oligoelementos diferentes. São esses mesmos minerais, especialmente o ferro, que lhe conferem sua cor rosa característica.
> Porém, a quantidade dos minerais é muito pequena para proporcionar benefícios significativos à saúde.
Sal parrila
> Extraído de uma zona deserta da Argentina, é um sal entrefino, com uma espessura intermediária entre o sal grosso e o refinado, e é muito usado em churrascos. Devido ao grânulo ser menor que o sal grosso, ele salga de maneira mais uniforme. Contém minerais, mas em quantidades menores que o sal rosa.
Sal marinho
> É extraído da evaporação da água do mar, e contém traços de minerais como magnésio, cálcio e potássio, o que pode conferir um sabor mais complexo. Além disso, é rico em iodo, o que é bom para o organismo.
> Embora contenha mais minerais, o sal marinho ainda é, em sua maior parte, cloreto de sódio, e seu consumo excessivo pode causar os mesmos problemas que o sal comum.
Potássio
> O potássio é um elemento benéfico para a saúde cardiovascular, e a OMS recomenda uma ingestão diária de 3,5 gramas do elemento. Porém, a maioria das pessoas globalmente consome uma quantidade significativamente menor.
> No entanto, é importante frisar que a recomendação da entidade, para que as pessoas optem por sais com menos sódio e mais potássio, exclui mulheres grávidas, crianças e indivíduos com problemas renais.
> A nutricionista Gabriela Rebello afirmou que, em casos de insuficiência renal, os rins têm dificuldade em excretar potássio, o que pode levar à hipercalemia (níveis elevados de potássio no sangue), uma condição que pode causar problemas cardíacos graves.
Como reduzir o sódio?
> Além do sal usado para temperar saladas e outros alimentos, é importante estar atento ao que se consome, pois há comidas ricas em sódio.
Dicas
> Leia os rótulos: prefira alimentos com baixo teor de sódio.
> Prefira alimentos frescos, como legumes e frutas.
> Use temperos naturais, como ervas, alho e limão.
> Evite enlatados, macarrão instantâneo, sopas instantâneas, entre outros ultraprocessados.
Fonte: Pesquisa A Tribuna e especialistas consultados.
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