Novidades na medicina para ter gravidez segura
Congresso em Vitória apresenta técnicas novas, como uma que permite que dois fetos recebam nutrientes de forma mais equilibrada
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Na busca por gestações mais seguras, para as mães e bebês, novas tecnologias estão sendo aplicadas à medicina.
Uma das novidades, que está começando a ser aplicada no Espírito Santo, é a cirurgia intrauterina para tratamento da síndrome de transfusão feto-fetal, que ocorre na gravidez gemelar – onde há apenas uma placenta.
A técnica permite que os dois fetos consigam receber nutrientes de forma mais equilibrada.
O assunto foi discutido durante o 27º Congresso Espírito Santense de Ginecologia e Obstetrícia (Cesgo) que começou ontem, em Vitória, e termina hoje.
O obstetra Naeme José de Sá Filho, especialista em Medicina Fetal e com habilitação internacional em cirurgia fetal, explicou que na gestação monocoriônica (de univitelino), quando os bebês dividem a mesma placenta, pode haver também divisão do sangue.
“Essa é uma situação grave, onde um bebê recebe muito sangue e o outro recebe pouco, e com isso os bebês podem falecer. A intervenção serve para tentar salvar um desses bebês. Se não for tratada, pode levar a morte dos dois”.
Para a cirurgia é introduzido no útero, um fotoscópio, possibilitando avaliar a placenta. “Com uma laserterapia conseguimos cauterizar e tirar essas conexões, permitindo tratar esse problema de desbalanço que vai mais para um bebê do que para o outro”, explicou.
A identificação desse desbalanço sanguíneo, segundo o obstetra, é feita por meio da ultrassonografia. “Paciente que tem gemelar, principalmente de uma única placenta, tem de fazer ultrassom a cada 15 dias, principalmente para identificarmos quando vai precisar de intervenção”.
Referência nacional em medicina e cirurgia fetal, o médico Renato Ximenes ressalta que muitas vezes os bebês não conseguem sobreviver porque o diagnóstico não é feito de forma adequada.
Outra técnica é a cirurgia para a correção da espinha bífida (defeito no fechamento da coluna vertebral) feita no bebê ainda no útero da mãe. “Se não for tratada a criança pode ter dificuldades para andar. A cirurgia fetal minimiza isso e melhora o prognóstico”, frisa Ximenes.
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